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    IMAGEM: ANDRÉS SANDOVAL_2009

esquina

Vigilantes do peso

De como enquadrar bananas, goiabinhas e pés de moleque

Daniel Salles | Edição 35, Agosto 2009

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Paulo Roberto Lopes não achou graça no que ouviu pelo alto-falante de um avião da Gol, após a decolagem. “Já não basta ser um lanchinho de nada?”, resmungou para Daniel Esteves Santana, que o acompanhava de São Paulo ao Rio. “Agora eles ainda me vêm com piada?” Acontece que o bacalhau com batatas anunciado pela comissária era mesmo pra valer. Diante da mudança de humor do colega, Santana comemorou: “Viu como valeu a pena interditar as goiabinhas?”

A frase era irônica, mas também verdadeira. A dupla de passageiros havia sido responsável por impedir, meses antes, que 4,4 milhões de unidades de Maxi Goiabinha Bauducco 30 gramas – aquela servida pela Gol até outro dia – fossem despejadas no mercado. O lote interditado daria para engambelar o estômago dos 144 passageiros de um Boeing 737 por 30 mil viagens.

Funcionários do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo, o Ipem-SP, Lopes e Santana analisaram em maio 1 600 goiabinhas, já devidamente encaixotadas numa fábrica da Bauducco, em Guarulhos. Descobriram que elas pesavam em média 2,11% a menos do que o prometido na embalagem. “Isso significava que naquele lote faltavam 3 toneladas de goiabinhas, o equivalente a 100 mil unidades”, explica Lopes, estampando o orgulho que sente da instituição na qual trabalha há 39 anos. (Mesmo que seja uma bênção para o palato comer menos goiabinha, isso não lhe diz respeito.) Como o produto costuma ser vendido a 53 centavos em São Paulo, completa, “o prejuízo para a população seria de 53 mil reais”. Multada, a empresa foi obrigada a reembalar todas as goiabinhas para devolvê-las ao mercado, agora com o peso correto na embalagem.

 

“Se deixamos de fiscalizar um setor por muito tempo, pode apostar que logo surge uma irregularidade”, garante o superintendente Fabiano Marques de Paula, um sujeito grandalhão, de gestos contidos e fala pausada. No Ipem desde 2008 – primeiro como diretor jurídico e, a partir de fevereiro deste ano, como mandachuva –, ele é considerado o responsável por ampliar a divulgação das ações da instituição. Foi depois de sua chegada que os jornalistas de São Paulo passaram a conhecer operações como a Santo Antônio, deflagrada em junho para enquadrar fabricantes de pés de moleque, paçoquinhas e biribas. “As irregularidades foram menores do que as registradas no ano passado”, comemora Marques de Paula, que aprecia festas juninas, contanto que os doces sejam vendidos na medida correta.

Desde que foi criado, em 1965, o Ipem-SP se tornou a principal ferramenta de regularização do varejo no estado. Vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, sua missão número 1 é conferir se o produto disponível nas prateleiras corresponde à quantidade e peso especificados. Quando o fiscal constata alguma discrepância significativa, o lote é interditado e a empresa recebe uma multa. Os itens levados para exame em laboratório são geralmente os de maior consumo, como o gel bronzeador Anna Pegova (amostras de 100 mililitros com 7,8% a menos) e o picolé de baunilha da Häagen-Dazs (faltava 1,7 grama às 89 anunciadas).

 

O gabinete de Marques de Paula, na Zona Sul de São Paulo, é decorado com uma balança de cobre e uma foto do governador José Serra, cujo peso eles não divulgam. “Até a Coca-Cola está na nossa mira”, diz o superintendente, esparramado no sofá de couro. Ele conta que o instituto montou operações especiais, como a Café da Manhã, a Casa Limpa e a Olhos de Lince, para enquadrar, respectivamente, achocolatados e cereais, sacos plásticos e detergentes, e caminhões que transportam produtos inflamáveis.

 

Os campeões de irregularidades – botijões de gás, papéis higiênicos e pescados congelados – merecem fiscalização mensal. “Descobrimos diferenças de até 50 gramas a menos no bacalhau do tipo saithe”, conta o superintendente, com apuro de um Sherlock Holmes. “E já vimos rolo de papel higiênico com 6 metros a menos.” Uma das vitórias mais recentes de Marques de Paula deverá calar fundo na população. Ele conseguiu abolir o comércio da dúzia de banana, que, a partir de setembro, em São Paulo, será vendida por peso, como o pão francês.

A semelhança entre as operações sob seu comando e as da Polícia Federal, que hoje têm lugar cativo na pauta de jornais e revistas, não é mera coincidência. “Vínhamos de uma época em que nossas ações eram pouco divulgadas”, diz Marques de Paula, cuja equipe sai em campo armada apenas de uma prancheta ou de um computador de mão. “De que adianta multar uma empresa grande se a população não ficar sabendo? Eles repassam o prejuízo para os consumidores e se sentem à vontade para cometer novas infrações”, afirma.

Nascido em Batatais, no interior de São Paulo, Marques de Paula chegou ao Ipem levado por Luiz Antônio Marrey, atual secretário de Justiça de Serra. Advogado formado pela USP, ele confessa que esquadrinhar pesos e medidas jamais lhe passara pela cabeça. O ano e meio na instituição, no entanto, foi suficiente para lhe incutir novos hábitos – por exemplo, contar os palitos de uma caixa de fósforos enquanto conversa.

 

Ele não está só. Seu funcionário Paulo Roberto Lopes (o algoz da goiabinha) almoçou, recentemente, em uma lanchonete da rede Frango Assado. Desconfiado, pediu um pacote de biscoitos só para gravar o nome do fabricante. “Suspeitei da quantidade”, ele explica (o objeto está na fila para análise). O olhar cirúrgico vale ouro no trabalho. Em casa, no entanto, Lopes não goza do mesmo prestígio. Sua mulher o proibiu de acompanhá-la ao supermercado – sabe que, em parceria, levará o dobro do tempo.

Daniel Salles

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