Padre Jaime: nos anos 1970, ele lia Marx, Engels e Gramsci em rodas semanais de conversa CRÉDITO: MARIO RODRIGUES_ABRIL COMUNICAÇÕES S.A._2013
Viva a partilha!
A trajetória do padre irlandês Jaime Crowe, que celebrava os mártires do povo brasileiro
Laura Capriglione | Edição 199, Abril 2023
Em 1996, o distrito do Jardim Ângela, na periferia Sul de São Paulo, recebeu da ONU o título de lugar mais violento do mundo. Naqueles becos e vielas, ocorriam, em média, 116 assassinatos por ano para cada 100 mil habitantes. O ritmo de mortes era tão alucinante que o Ângela, como os moradores gostam de chamá-lo, conseguiu a proeza de somar mais homicídios que a cidade de Cali, na Colômbia, então epicentro da guerra do narcotráfico. Foi nesse momento que o padre James Crowe – ou padre Jaime, para os brasileiros – se destacou por lá.
Insubmisso, como bom irlandês, o sacerdote nunca se conformou com a matança em série. Não por acaso, viu no Ângela a possibilidade de construir um poderoso trabalho comunitário, que traduzia o Evangelho à luz da Teologia da Libertação – vertente que se vale dos ensinamentos de Jesus Cristo para questionar o status quo e lutar contra as injustiças sociais.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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