Corporativismo: o desastre de Bolsonaro na saúde não sensibilizou as entidades médicas. O Tribunal de Contas da União refere-se a isso ao dizer que o Médicos pelo Brasil se preocupava mais com os médicos do que com os pacientes CRÉDITO: CRIS VECTOR_2023
Presidente de agência criada por Bolsonaro contratou empresa pertencente ao patrão do irmão
Na Adaps, montada para gerir substituto do Mais Médicos, seleção de funcionários virou jogo de cartas marcadas
| 09 jun 2023_16h47
A reportagem O cupinzeiro, de Breno Pires, publicada na edição de junho da piauí, demonstra como o governo Jair Bolsonaro enxugou o programa petista Mais Médicos por motivos ideológicos, sem se preocupar com o serviço prestado à população – e colocou no lugar um ninho de falcatruas. A Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps), entidade privada criada para comandar o programa Médicos Pelo Brasil, foi chefiada até março por três diretores que fizeram do processo seletivo de funcionários da área técnica e administrativa um jogo de cartas marcadas.
Após três meses de investigação, a piauí revela que o diretor-presidente da Adaps, Alexandre Pozza, funcionário de carreira do Ministério da Saúde que ascendeu durante o governo Bolsonaro, contratou uma empresa que tem como sócio majoritário o patrão de um irmão de Alexandre. A Maza Invest, gestora de investimentos do empresário Abner Lima de Oliveira, ganhou um contrato da Adaps para gerir recursos que, atualmente, já passam dos 232 milhões de reais. A maior parte desse dinheiro estava em contas que a gestora transferiu para o Banco BTG Pactual, enquanto preparava a criação de um fundo de investimentos, registrado na Receita Federal e na Comissão de Valores Mobiliários em 24 de março. Um portfólio e tanto para uma empresa que nunca havia gerido um fundo de investimento, segundo as informações públicas disponíveis no site da CVM. A Adaps também contratou, para fazer recrutamento de funcionários, uma empresa na qual trabalhava a mãe do diretor-presidente da própria agência.
Pior ainda, para a população, foi o efeito da desidratação do programa Mais Médicos em plena pandemia de Covid. Lançado por meio de uma Medida Provisória em 1º de Agosto de 2019, o programa Médicos Pelo Brasil terminou o ano de 2022 com menos de 5 mil médicos atuantes – o Mais Médicos, criado em 2013, já tinha mais que isso ao fim de seu primeiro ano de funcionamento.
Assinantes podem ler a íntegra da reportagem aqui.
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