Garimpo destruído durante operação na Terra Indígena Yanomami, em Roraima: a ação do Ibama esbarra na escassez de fiscais; há doze anos, o órgão dispunha de 1,2 mil fiscais; hoje tem cerca de 700, e só 300 estão em condições de ir a campo CRÉDITO: RICARDO CAMPOS_IBAMA_2023
Ministério passa por descupinização
As dificuldades do governo Lula para restaurar as políticas ambientais
Como não conseguiu extinguir o Ministério do Meio Ambiente, Jair Bolsonaro buscou neutralizá-lo. Seu plano era transformar a pasta numa secretaria vinculada ao Ministério da Agricultura, como anunciou antes de tomar posse. Acabou recuando, em parte por pressão dos próprios ruralistas que apoiaram sua candidatura e ficaram com receio de sanções comerciais internacionais. Mas isso não impediu que uma série de estragos na política ambiental fosse feita – ao ponto de a ministra Cármen Lúcia, do STF, ter chamado de “cupinização institucional” o que aconteceu no ministério.
Agora, o novo governo tenta reconstituir as políticas ambientais, restaurar o papel dos diferentes órgãos que zelam por elas, desde o Ibama até o ICMBio, e retomar o combate ao desmatamento na Amazônia. As dificuldades são muitas, como mostra reportagem de Bernardo Esteves na piauí deste mês: há falta de pessoal, cargos relevantes foram extintos, funcionários sem preparo assumiram funções que exigiam especialização, sistemas de fiscalização foram enfraquecidos etc. Mas os problemas são maiores ainda. Há forte resistência no Congresso e mesmo no governo petista às iniciativas ambientais que contrariam os interesses regionais, como mostra agora o embate de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, a respeito da exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O episódio mais recente é a a tentativas das forças antiambientais do Congresso de desossar o Ministério do Meio Ambiente.
O assinante da revista pode ler a íntegra da reportagem neste link.
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