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O amor em grandes letras

O grande amor de Victor Hugo foi a atriz francesa Juliette Drouet, que ele conheceu quando tinha 30 anos. O mais famoso escritor francês do século XIX era casado havia dez anos com uma amiga de infância e já tinha quatro filhos quando começou seu romance com Juliette.

| 11 mar 2016_12h22
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O grande amor de Victor Hugo foi a atriz francesa Juliette Drouet, que ele conheceu quando tinha 30 anos. O mais famoso escritor francês do século XIX era casado havia dez anos com uma amiga de infância e já tinha quatro filhos quando começou seu romance com Juliette. O idílio durou até que ela morresse, cinquenta anos mais tarde, pouco antes do escritor.

Durante este período, Juliette foi uma esposa paralela dedicadíssima e apaixonada, que em cartas diárias demonstrava sua devoção ao “adorado” Hugo.

Tratando-se por “Juju” e “Toto”, levaram adiante cinco décadas de paixão com pleno conhecimento da mulher de Hugo, Adèle, que morreu em 1868 (quando o affaire de Juju e Toto já vingava havia mais de trinta anos).

Em 1835, um emocionado Hugo escreveu à amada sobre seu amor incipiente: “Em 26 de fevereiro de 1802, nasci para a vida. Em 17 de fevereiro de 1833, nasci para a felicidade, nos teus braços. A primeira data é apenas a vida, a segunda é o amor. Amar é mais que viver”.

Foram pelo menos 10 mil as cartas que Juliette mandou mais que diariamente a Victor. Quase toda a correspondência dele para ela se perdeu, mas centenas de cartas da atriz para Toto sobreviveram e foram publicadas após a morte dos dois, tornando famosa a longa correspondência.

O ardor de Juliette nunca arrefeceu e as cartas são entremeadas de declarações intensas – às vezes até mesmo de desenhos que representam o casal. O bilhete reproduzido nesta página se destaca pelo apelo visual, pois aqui Juju escolheu gritar seu amor em letras garrafais.

Após ter datado a carta em sua caligrafia habitual – Guernsey, 25 de agosto de 1857 – terça-feira – 1h30 da tarde –, Juliette prossegue: “Eu te amo, meu querido pequeno homem, de um jeito ainda mais forte, ainda maior, maior no comprimento e maior no tamanho, até mesmo desta letra. Juju.”

Na época, Victor Hugo vivia um autoexílio na ilha de Guernsey, na costa da Inglaterra, e Juliette mantinha uma casa próxima à do casal.

Conservada numa coleção privada francesa por mais de um século, esta mensagem notável só veio à tona há dois anos, por ocasião de um leilão em Paris. Numa correspondência diária de mais de cinquenta anos, naquele dia Juliette encontrou uma maneira nova de expressar o amor quase alucinado que por tanto tempo dedicou a seu “pequeno grande homem”.

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