Karim Aïnouz no set de Motel Destino___ Maria Lobo/Reprodução
O destino de um filme e de uma geração num Brasil em transe
Celebrado em Cannes, Motel Destino, novo filme de Karim Aïnouz, estreia no Brasil
Karim Aïnouz em depoimento a Tiago Coelho
A produção do Festival de Cannes me pediu a indicação de algumas músicas para que tocassem enquanto eu e a equipe do filme Motel Destino atravessássemos o lendário tapete vermelho a caminho do Palais des Festivals et des Congrès, onde ele seria exibido no dia 22 de maio. Eu indiquei o forró Pega o Guanabara que está na trilha do filme, uma versão em piseiro de Wicked Game e Melody of Love (Wanna Be Loved), da Donna Summer. Mas quando pisamos no tapete, por um equívoco da organização, começou a tocar axé music. Eu amo a Bahia, mas aquele momento era do Ceará.
O elenco do filme, com exceção de Fábio Assunção, é todo composto de atores cearenses. Tinha gente do elenco que nunca havia andado de avião. Foi importante que todos estivessem lá para celebrar o longa-metragem no mais importante festival de cinema do mundo. Mas, principalmente, para celebrar uma nova geração de profissionais cearenses fazendo cinema. As músicas baianas tocavam e fui ficando num mau humor. Até que chegamos no topo da escada e começou a tocar Coração, da banda cearense Aviões do Forró, que está na trilha de O céu de Suely, filme que dirigi e que há quase duas décadas também passou por Cannes. Aí foi uma festa. A exibição de Motel Destino foi de um calor inacreditável. Às vezes, nos festivais, há produções feitas só com o cérebro. Mas Motel Destino foi feito com muitas partes do corpo. Por isso foi uma exibição calorosa, ovacionada por doze minutos.
A história da feitura de Motel Destino começa em 2016. Eu estava interessado na formação de jovens roteiristas. Então me juntei a estudantes em oficinas no Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza. Naquela época, eu queria desenvolver projetos que impactassem o mercado. Criar histórias para séries de tevê e cinema que não fossem apenas narrativas autorais, mas que também atingissem o grande público. Fizemos uma longa pesquisa para entender quais eram as demandas de histórias que faltavam no audiovisual brasileiro. E descobrimos, naquele momento, que não havia muitos filmes policiais ou de investigação no Brasil. Tivemos algumas experiências como O Bandido da Luz Vermelha (1968) ou O Assalto ao trem pagador (1962), mas não havia se criado uma tradição de produções desse gênero.
Sempre fui fã do cinema noir (gênero de suspense policial) das décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. Um cinema que ganhou força no pós-guerra e que era ao mesmo tempo artisticamente sofisticado e comercialmente afiado. E cujos personagens, naquele contexto histórico do pós-guerra, têm a identidade fraturada. Estão à margem da sociedade, tentando fazer parte de algum jeito. Achei que poderíamos adaptar essa linguagem para o Brasil. E, naquele momento, eu sentia que a juventude brasileira contemporânea estava nesse lugar fragmentado, à margem.
O roteirista Wislan Esmeraldo escreveu a primeira versão do roteiro de Motel Destino em 2016 e ganhamos um edital para realizar o filme. Fiquei interessado em falar da solidariedade entre Heraldo (Iago Xavier), um jovem condenado a um lugar de margem na sociedade, com Dayana (Nataly Rocha), uma mulher presa numa relação opressora. E como esses dois poderiam se unir contra Elias (Fábio Assunção), uma figura tirânica no caminho dos jovens protagonistas.
Heraldo e Dayana representam os jovens que a partir de 2002 passaram a fazer parte do tecido social através de programas como Bolsa Família ou Prouni. Uma geração que conquistou um espaço, mas que depois ficou à deriva com a vitória da extrema direita em 2018. No filme, Heraldo diz: “Tem um alvo no meu peito desde o dia em que nasci.” Ele acredita que seu destino é a morte. Mas, ironicamente, é o destino que o salva da morte quando ele entra no motel. O filme fala de uma geração que foi condenada a estar num lugar de exclusão, num sistema que é muito difícil você adentrar e recuperar sua subjetividade. Essa é uma geração que tem feito de tudo para sair da margem, assim como Heraldo. Mas parece que toda porta insiste em se fechar para eles. A porta que enfim se abre para Heraldo é aberta por uma mulher tão desamparada quanto ele.
Motel Destino se passa no litoral cearense. Heraldo quer ir embora, tentar uma vida melhor, mas o motel atravessa seu destino impedindo-o de partir. Uma jornada parecida com a de outros jovens protagonistas de filmes que fiz. Acho que retomo esse tema por causa da minha própria experiência. Lembro da sensação de desconforto que sentia quando estava crescendo: de um lado por ser gay, do outro lado por ser nordestino. Quando fui para o Rio de Janeiro ainda jovem, ficava imitando o sotaque carioca, porque como cearense me sentia ali como um cidadão de segunda categoria. Quando você se sente nesse lugar, deseja ocupar um ou outro espaço. Minha decisão de ir embora do Ceará era uma maneira de encontrar um outro lugar onde eu não fosse um cidadão de segunda categoria. Mas, ao mesmo tempo, a gente não perde o apego com o lugar de onde veio. Os meus personagens estão sempre neste caminho: nascem num lugar onde vivem à margem e buscam se colocar de novo no centro das coisas.
O céu de Suely, de 2006, retrata minha própria geração que volta para o Nordeste depois de imigrar para o Sul-Sudeste. Lançado no fim do primeiro governo Lula, a obra fala de retorno e reconstrução do Nordeste por uma geração que tinha se exilado no Rio e em São Paulo para poder trabalhar. Hermila volta para sua cidade natal depois de uma temporada em São Paulo, e tenta se readequar ao seu velho lar. E se dá conta de que precisa ir embora de novo. Ela representa a juventude feminina naquele momento histórico de mudanças e de como grande parte das famílias brasileiras são lideradas por mulheres sozinhas. Se havia filmes sobre homens que jogavam tudo para o alto e partiam, era a hora de as mulheres fazerem o mesmo. Já Praia do Futuro, de 2014, é um filme que aborda aquilo que chamo de diáspora gay: quando uma geração de homens e mulheres de identidade queer da minha geração tinham que ir embora de suas cidades por causa do preconceito. Os protagonistas desses meus projetos têm em comum o abandono, o desamparo. Mas Motel Destino é um pouco diferente, pois é um filme de retorno. O protagonista vive à margem, mas ele consegue se colocar de novo no centro das coisas. E ainda que tenha o ímpeto de fugir do Nordeste, ele fica.
Depois de eleito em 2018, o governo de extrema direita começou a sangrar a Ancine e a desmontar a indústria do audiovisual que havia sido construída nos anos anteriores. A produção cinematográfica foi esvaziada e Motel Destino foi para a gaveta. O cinema brasileiro se fragmentou. Em 2019, com a sensação de que havíamos perdido o Brasil, fui fazer filmes no exterior. Eu havia realizado um filme na Inglaterra. Mas em 2022, coincidindo com a derrota da extrema direita, nossa equipe conseguiu um contrato com produtoras estrangeiras e o projeto de Motel Destino foi retomado. Eu voltaria ao meu país para fazer um filme na minha língua. E, mais importante ainda, com o meu sotaque. Feito no Ceará e por atores cearenses.
Sou apaixonado por gente, e essa paixão se decanta nos personagens. Sinto uma vontade grande de que meus filmes consigam captar a vitalidade dos atores. Sempre fui fascinado pela capacidade de um ator habitar um personagem. É algo misterioso. E sempre tento escalar atores que possam emprestar um pouco de si para os personagens. Raramente faço uma escalação em que os atores sejam muito diferentes de seus personagens. Não sou muito fã de ator que consegue fazer todo tipo de personagem. Tem atores mundialmente famosos que fazem de A a Z. Para mim, geralmente, são os mais desinteressantes. Porque eles conseguem dissociar completamente o que eles são e dar conta dos personagens sem quase mostrar nada deles além do físico. Meu desejo é que o ator derrame um pouco da sua experiência e que haja alguma intersecção entre o ator e o personagem.
Há algumas coisas em comum entre o personagem Heraldo e o ator Iago Xavier, como a origem social deles. Xavier é um ator afro-indígena. Ao mesmo tempo, esse filme não é sobre Iago Xavier. Ele não é o Heraldo e vice-versa. Xavier nunca tinha feito um filme antes. Eu disse a ele: “Ninguém aqui está fazendo papel de si mesmo.” O Iago Xavier é muito doce. E não tinha como o Heraldo ser tão doce, pois ele carrega uma raiva das diversas violências que passou ao longo da vida. Mas, às vezes, a doçura de Xavier contaminava Heraldo. A raiva do personagem estava lá, mas habitada por uma certa doçura que era própria de Xavier.
Tenho interesse em fazer um cinema onde tudo esteja sempre vivo. E isso acontece como uma dança a três: eu, como diretor, o ator e o fotógrafo dançamos num campo magnético poderoso. Claro que quando vou para o set de filmagem com o ator e o fotógrafo, estamos cientes da função dramática de cada cena. Mas a cena acontece mesmo quando construímos ali na hora, através do erro e do acerto. Nunca faço as cenas mais difíceis dramaturgicamente no primeiro dia de filmagem. Deixo para quando o ator já tem um domínio maior do personagem. Mas em Motel Destino fiz diferente e não sei dizer exatamente por quê.
No primeiro dia de filmagem gravei uma cena em que Heraldo tem um embate com Elias. Era uma cena extremamente difícil, pois tinha várias camadas de sentimentos e intenções dos personagens. Começa num tom, muda no meio da cena e vai culminar num clímax. Essa cena tem uma exposição completa dos dois personagens. Heraldo é humilhado por Elias. Era uma cena densa onde de um lado estava Fábio Assunção com uma experiência gigante e que entraria num embate físico e verbal com Xavier, um jovem ator que estava em seu primeiro dia de experiência no cinema. E o embate aconteceria numa falésia, à beira de um precipício. Tinha tudo para dar errado.
A gente havia ensaiado aquela cena, evidentemente, antes. Mas eu precisava deixar o Iago Xavier tranquilo. Fizemos ensaios de preparação de corpo e coreografamos o embate físico: como um empurraria o outro na beira do precipício ao mesmo tempo que um puxa o corpo do outro da beira do precipício. Expliquei para Xavier que contracenar é como um jogo. E que o importante era que houvesse uma confiança entre Xavier e Assunção, não entre Elias e Heraldo. Na hora de gravar, ele devia se concentrar no jogo de cena e não na relação entre os personagens, porque haveria um contato físico muito violento entre eles.
Primeiramente, fizemos ensaios daquela cena apenas com o embate físico, sem diálogo. Depois, fizemos o embate com diálogo e, por fim, ensaiamos a cena completa na locação. Até que eles estivessem familiarizados um com o outro, com o espaço onde contracenariam e com as sensações dos personagens. Por fim, diante da câmera, cabia a Xavier entrar e jogar, jogar e jogar. Acabou a cena, pronto, os atores se abraçaram e tudo acabou ali. Eu dizia para Iago Xavier não adentrar nas emoções do Heraldo depois que a cena terminava. O resultado foi impressionante. E o jogo deu certo porque havia dois polos: uma energia vital que vinha da inexperiência de Iago Xavier com o controle e segurança que a experiência do Fábio Assunção trouxe para a cena. Um equilibrava o outro. O ator não inexperiente às vezes não tem tanto controle na repetição de movimento, então, entre um take e outro, ele faz uma coisa diferente. A inexperiência e a experiência entravam em rota de colisão e geravam uma combustão que sempre busco numa cena. Dois atores com um repertório tão distinto e um sempre colocava o outro num lugar de instabilidade cênica entre a experiência e a inexperiência.
O mundo da televisão e do cinema, no Brasil, são separados. Você raramente vê atores de tevê no cinema. Sempre fui muito fã do Fábio Assunção. Ele é um grande artesão do ofício dele. Um cara que já fez teatro, mas o via pouco no cinema. Achava uma pena um ator com o repertório dele ser pouco aproveitado no cinema, por isso o convidei para fazer o Elias. Pensei no Fábio Assunção por ser um ator visceral, que não faz nada mentindo.
O Elias é um personagem de uma geração diferente de Heraldo. É a representação da posição de alguns homens brancos na sociedade. Era necessário para a história trazer essa tensão racial. Fábio Assunção tem em sua interpretação uma espécie de tremor, uma instabilidade, que sempre gostei. E ele traz isso para o Elias, um personagem que está entre dois mundos, ao exercer um papel de opressão com o qual ele não está necessariamente de acordo.
Sendo um filme que se passa num motel, há uma sensualidade e as trocas se dão pelo corpo, não tanto pela palavra. Mais pela dança, pelo sexo, pelo embate físico. E isso sempre me interessou no cinema. Tem duas coisas que revelam muito sobre o ser humano: a maneira como ele dança e como ele fode. São momentos de entrega em que a gente não pensa muito. Não vejo o sexo como tabu ou algo proibido. É a melhor coisa do mundo. É uma maneira linda de você se colocar vulnerável e ao mesmo tempo vital numa situação.
A primeira providência a se tomar ao dirigir uma cena de sexo é garantir ao elenco que aquele é um espaço seguro. E, assim como na cena da briga na falésia, a cena de sexo também é um jogo coreografado. Eu achava que a relação entre o Heraldo e a Dayana se dava pela fusão física, não pela fusão psicológica. Ambos oprimidos e submetidos a Elias: Heraldo como empregado e um foragido que precisa se esconder no motel de propriedade de Elias; e ela como esposa e empregada de Elias. A solidariedade entre eles se dá pelo encontro físico. O sexo no filme é uma narrativa dessa relação. O encontro dos corpos numa fusão amorosa, que não é romântica, mas é amorosa. Uma oclusão de corpos que deixa aqueles dois seres vulneráveis mais fortes quando se juntam sexualmente.
Na primeira vez que eles transam, há uma urgência, uma questão de vida e morte diante do contexto de opressão e risco em que vivem. Na segunda vez, já existe mais intimidade. Mas na terceira vez que eles transam, eles armam um plano para se livrarem de Elias, que tanto os oprime. O sexo existe no filme como marcador dramatúrgico. Nas cenas de sexo, havia a Roberta [Fernandes Serrado], que é uma coordenadora de intimidade e coreógrafa das cenas de sexo. Nesse tipo de cena, não dá para simplesmente dizer para os atores: façam os movimentos e vamos filmar. E nem toda cena de sexo é igual. Sexo com beijo tem uma intenção, sem beijo tem outra, um sexo que se faz grudado há uma outra intenção. Para mim, o sexo é uma espécie de nota musical da experiência humana.
E toda essa relação acontece num espaço muito único que é o motel. Precisávamos entender bem que universo era esse. E que é um espaço, no filme, habitado pelo inconsciente, pelos desejos brutos, pela fantasia, por coisas que você não tem absoluto controle. Então, a primeira coisa que pensei foi que um motel é um lugar onde tudo pode. Quando você entra no motel e fecha a porta, tudo pode acontecer. O que acontece ali dentro é maior do que a vida. Dentro daquele espaço há uma espécie de teatralidade. Você assume um certo papel ao entrar no motel e acredita nele. Para trazer essa impressão, trabalhamos muito com as cores. Não como elemento decorativo, mas como elemento que cria tensão. E essa tensão vinha da cor, da luz, das paredes, dos objetos, do figurino. Era importante que aquele espaço fosse um tanto elétrico e que a gente pudesse captar nele a tensão que existe entre esses personagens, o perigo que os ronda.
E o motel é um ambiente que, no cinema, tradicionalmente, traz um clima de terror psicológico. Como no filme Psicose (1960). E o cinema noir brinca muito com a sombra, que traz emprestado do cinema expressionista alemão. A maneira que encontramos para traduzir a sombra para nosso contexto brasileiro, nordestino, era criando espaços híper coloridos, quentes. Pensamos no uso de cores que, quando juntas, geram uma tensão visual. O filme foi feito em película, porque a película tem um contraste e uma saturação que é mais vibrante do que nos filmes digitais. E o longa-metragem foi filmado sob a luz do Ceará, que não é aquela luz tropical, serena. É a luz da linha do Equador, que é mais vibrante, tensa, tem 90 graus e frita o juízo.
Depois de pensar na luz, pensamos no som. Fui assistente de montagem de som durante muitos anos. E aprendi que, no cinema, nem tudo o que você está ouvindo vem daquilo que você está vendo. O motel é praticamente um personagem. Fizemos um exercício de imaginar quais sons habitavam aquele espaço. Desenvolvemos um vocabulário de sons tal qual fizemos com as imagens. Esses sons deviam criar sensações não naturalistas. Algumas delas diziam respeito ao delírio. O som é um aliado do terror psicológico. A gente decidiu que os sons do motel revelassem o inconsciente do Heraldo. Gemidos de prazer, de medo, sons metálicos, gritos.
A equipe que fez esse filme era diversa, alegre, curiosa, cheia de vontade. No passado, houve poucos cineastas nordestinos, como Glauber Rocha, falando do Nordeste. Depois, nos anos 1990, houve um renascimento do cinema nordestino com Baile Perfumado (1996), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas. Mas faz muito pouco tempo que há uma geração inteira de cineastas nordestinos falando do Nordeste. E isso aconteceu por causa de políticas públicas de descentralização do audiovisual. São histórias contadas por nós mesmos, quando por muito tempo o Nordeste foi narrado por sudestinos na televisão. Hoje, há uma retomada de nossa autoestima e da compreensão do que é o Nordeste por cineastas nordestinos.
Por isso foi tão especial estarmos todos em Cannes. Noventa por cento do audiovisual feito no mundo é de língua inglesa. Cannes emociona porque ainda é o festival que celebra o cinema do mundo todo, de todas as línguas. Um filme protagonizado por Demi Moore ou por Iago Xavier recebem a mesma atenção e protocolo. Cannes celebra a magia do cinema. E nos lembra que o que a gente faz é mágico.
E pela primeira vez na história de Cannes seria exibido um filme de equipe e elenco majoritariamente cearense. Quando fiz Madame Satã, também exibido em Cannes, li uma crítica que era um tanto negativa. Saí achando que eu tinha feito um grande fracasso do cinema mundial. Fiquei traumatizado. Levou um tempo para eu entender que não era nada daquilo. Depois da exibição de Motel Destino, fui ver uma crítica que tinha saído no dia seguinte. E no meio do texto vi a palavra Ceará. Era a primeira vez que eu tinha lido a palavra Ceará no Festival de Cannes.
Motel Destino chega aos cinemas do Brasil no dia 22 de agosto. E meu desejo é que ele comunique ao público brasileiro um tesão pela vida. Depois da pandemia, desejo que a gente sinta tesão junto com os personagens numa sala de cinema. E não estou falando de tesão apenas no sentido sexual. Falo de amor à vida. Até pouco tempo atrás, na pandemia, a gente não poderia estar juntos numa sala de cinema. Então é um privilégio ver filmes dentro da sala de cinema.
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