O único na sala
Por que há tão poucos economistas negros no Brasil
A maioria dos alunos dos cursos de economia mais conceituados do país – como os da Fundação Getulio Vargas, da puc-Rio e da usp – é branca. Existem no Brasil cerca de 230 mil economistas, segundo o Conselho Federal de Economia, mas nem essa autarquia que fiscaliza a profissão de economista nem a Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia dispõem de um acompanhamento sobre o número de estudantes e profissionais por raça. No Ministério da Educação, também não há estatísticas disponíveis sobre a participação de estudantes negros nos cursos de economia.
Sabe-se, porém, que são poucos – e essa situação não vem de hoje. Em 1976, ao entrar no curso de economia da Universidade de Brasília, Mário Theodoro notou que era o único negro na sala de aula, como ele contou à jornalista Irany Tereza, na piauí de janeiro. Em 2003, Theodoro ajudou a instituir a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Aos 23 anos, quando trabalhava em uma corretora em São Paulo, o economista Renê de Oliveira Garcia Júnior foi alvo de ataques racistas disfarçados de brincadeira. Os colegas se referiam a ele com o nome de um personagem da minissérie Tenda dos Milagres. “Vamos ver se o Pedro Arcanjo passa nessa”, diziam. “Eles falavam isso porque eu era um crioulo vestido de branco”, comenta Garcia Júnior, de 63 anos, ex-secretário da Fazenda do Paraná.
Irany Tereza também conversou com a economista Vilma da Conceição Pinto, filha de um pescador e uma gari, que se tornou a primeira mulher a assumir a direção do Instituto Fiscal Independente do Senado Federal.
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