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Sheri Fink, o furacão Katrina e as difíceis escolhas de uma equipe médica
Em 2010, Sheri Fink ganhou o Prêmio Pulitzer pela reportagem The Deadly Choices at Memorial, produzida pelo site ProPublica e publicada simultaneamente no New York Times. No texto ela relata as escolhas críticas de um grupo de médicos no hospital Memorial Medical Center, em Nova Orleans, em 2005, quando o furacão Katrina alagou a cidade. Cercados de água por todos os lados, sem mantimentos e sujeitos a cortes de energia, os integrantes da equipe se viram obrigados a escolher quais pacientes , por terem maiores chances de sobreviver, seriam os primeiros a serem retirados do prédio.
Kathy Anderson, Times-Picayune archive
Em 2010, Sheri Fink ganhou o Prêmio Pulitzer pela reportagem The Deadly Choices at Memorial, produzida pelo site ProPublica e publicada simultaneamente no New York Times. No texto, ela relata as escolhas críticas de um grupo de médicos no hospital Memorial Medical Center, em Nova Orleans, em 2005, quando o furacão Katrina alagou a cidade. Cercados de água por todos os lados, com mantimentos escassos e sujeitos a cortes de energia, os integrantes da equipe se viram obrigados a escolher quais pacientes, por terem maiores chances de sobreviver, seriam os primeiros a serem retirados do prédio.
Enquanto o resgate não chegava – o que só aconteceu cinco dias depois da enchente –, médicos e enfermeiros precisaram decidir quem devia morrer e quem podia continuar a viver, nas precárias condições do hospital.
A reportagem tem como foco narrativo a cirurgiã Anna Pou, que estava de plantão no centro médico e participou da tomada de decisões. Ana acabou presa, acusada de aplicar morfina em 17 pacientes do hospital.
Na reportagem, Fink relatou o cotidiano da equipe médica, que já estava há dias de plantão, sob estresse e sem dormir. A jornalista contou os dilemas éticos vividos pela equipe, como a do médico Ewing Cook que, a fim de diminuir a carga exaustiva dos enfermeiros, pediu para o médico novato Bryant King desligar o monitor cardíaco de um dos pacientes. King se negou a acatar a ordem do chefe, que ficou furioso e pediu a uma enfermeira que levasse a cabo a tarefa.
Em outro momento, Fink narra o caso da enfermeira que percorreu todo o hospital com um idoso de 80 anos, em busca de oxigênio, enquanto bombeava manualmente ar em seus pulmões. Quando finalmente chegou ao andar onde acreditava poder encontrar a máquina de oxigênio, descobriu que não havia mais estoque do gás no hospital. O paciente acabou morrendo.
Por essa reportagem, Sheri Fink ganhou os prêmios National Book Critics Circle Award, American Medical Writers Association Medical Book Award, e o NASW Science in Society Journalism Book Award.
Fink também cobriu, como correspondente do New York Times, a crise do Ebola em 2014. Por esse trabalho ela conquistou, com a equipe do jornal, o Pulitzer de melhor reportagem Internacional. Também venceu os prêmios George Polk Award, na categoria reportagem de saúde, e o Overseas Press Club Hal Boyle Award.
A reportagem premiada The Deadly Choices at Memorial pode ser lida aqui.
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