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Stephen Engelberg, da ProPublica – Estados Unidos

Stephen Engelberg foi secretário de redação da ProPublica entre 2008 e 2012 e se tornou editor-chefe em janeiro de 2013. Ele trabalhou antes como editor no Oregonian, em Portland, no qual supervisionava reportagens investigativas. Engelberg também trabalhou no New York Times por dezoito anos como editor e repórter, escrevendo de Washington.

13nov2014_19h59
ProPublica
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ProPublica é o mais prestigioso site americano dedicado ao jornalismo investigativo. Foi fundada em 2007 pelo casal Herbert e Marion Sandler em parceria com Paul Steiger, antigo diretor de redação do Wall Street Journal. O casal bilionário desejava investir cerca de 10 milhões de dólares ao ano em uma redação exclusivamente de reportagens investigativas, que trabalharia em liberdade e não buscaria o lucro. Em 2012, eram 34 funcionários integrais. As reportagens são conduzidas pelos repórteres da casa ou colaboradores, e as matérias são negociadas com outros veículos, para publicação sem a influência dos patronos. A ProPublica já publicou em parceria com mais de noventa organizações diferentes, incluindo o New York TimesWashington PostPoliticoThis American Life e a New Public Radio (NPR). Em 2010, foi o primeiro canal online de notícias a ganhar um prêmio Pulitzer, com uma matéria sobre as decisões tomadas por médicos de um hospital em Nova Orleans nos dias posteriores ao furacão Katrina, publicada no New York Times. Em 2011, a ProPublica ganhou um novo Pulitzer por uma série de reportagens sobre Wall Street. Foi a primeira vez que o prêmio foi concedido a uma história publicada apenas online.

ProPublica recebeu quase 2 milhões de dólares em 2012 da Knight Foundation para expandir seu centro de dados. O centro inclui ainda o Pair Programming Project, que permite a novos programadores usarem o escritório da redação para trabalhar em projetos de jornalismo de dados. A organização recebeu também o prêmio de 1 milhão de dólares da MacArthur Foundation em 2014, que servirá para expandir o trabalho de jornalismo investigativo. Em 2011, gastou quase 10 milhões de dólares. Pela primeira vez levantou mais da metade de seus fundos com recursos de outras fontes, além da doação do casal Sandler. Em 2012, 62% dos recursos já provinham de novas fontes.

Em 2009, jornalistas da ProPublica e do New York Times fundaram com auxílio da Knight Foundation o DocumentCloud, um site não lucrativo de publicação de documentos e dados. A ProPublica tem também um Data Store no qual vende dados usados por seus repórteres. Paul Steiger contratou Amanda Michel, que dirigia o Off The Bus, projeto de jornalismo colaborativo do Huffington Post, para coordenar o network de cerca de 7 mil voluntários do site. Michel lançou o projeto voluntário ProPublica Reporting Network em maio de 2009, auxiliando projetos de investigação locais.

Stephen Engelberg foi secretário de redação da ProPublica entre 2008 e 2012 e se tornou editor-chefe em janeiro de 2013. Ele trabalhou antes como editor no Oregonian, em Portland, no qual supervisionava reportagens investigativas. Engelberg também trabalhou no New York Times por dezoito anos como editor e repórter, escrevendo de Washington. Fundou a unidade investigativa do jornal e recebeu dois prêmios George Polk de reportagem: o primeiro em 1989, por artigos sobre a proliferação de armas nucleares, e o segundo em 1994, com reportagens sobre imigração nos Estados Unidos. Engelberg colaborou com uma série de artigos em 1995 sobre a queda de um avião, finalista do prêmio Pulitzer. Projetos supervisionados por Engelberg sobre a corrupção no México (publicado em 1997) e sobre a ascensão da Al Qaeda (publicado em 2001) receberam o prêmio Pulitzer. Enquanto esteve no Oregonian, o jornal também ganhou um Pulitzer na categoria “Breaking News”. Ele é coautor de Germs: Biological Weapons and America’s Secret War (2001).

ProPublica

Twitter: https://twitter.com/ProPublica

Facebook: https://www.facebook.com/propublica?fref=ts

Destaques da ProPublica:

Em setembro, o Valor Econômico fez uma entrevista com o Stephen Engelberg. Ele falou, entre outras coisas, sobre o modelo de negócios do site e o futuro do jornalismo. A entrevista acompanhou uma matéria do Valor que analisa a ProPublica e outros exemplos do que eles chamam de “jornalismo consequente”.

 

Artigo do Nieman Lab, laboratório de jornalismo da Universidade Harvard, sobre como a ProPublica tem trabalhado para estimular a colaboração de jornalistas locais. O veículo de jornalismo investigativo libera em seu site dados relativos ao assunto que gostaria de cobrir e uma “receita” do tipo de matéria que estão procurando, com dicas de como conseguir acesso a fontes e dados, além de informações sobre o tamanho do texto que precisam. A ideia é ir atrás das histórias que a ProPublica normalmente não teria tempo de investigar.

Uma reportagem sobre educação nos Estados Unidos atraiu 31 repórteres de outros veículos, que agora são auxiliados pelo site. Heather Vogell, jornalista da ProPublica, disse que “foi uma mudança mental de quando o ambiente era competitivo e você escondia seus dados como um esquilo, esperando que ninguém mais encontrasse antes de você terminar sua matéria – para meio que querer passar sua semente para o máximo de pessoas possível”.

 

Em junho de 2011, a ProPublica lançou o #MuckReads, uma coleção colaborativa de reportagens investigativas. O canal fica no próprio site da ProPublica e direciona para matérias longas de outros veículos que tratem sobre abuso de poder e corrupção. A curadoria é feita pelos próprios jornalistas do site, que indicam suas reportagens favoritas e também filtram as sugestões enviadas pelos usuários nas redes sociais.

Outros veículos têm adotado a prática de direcionar conteúdo de outros lugares em sua página. A ideia é atrair mais leitores para o site com essas coleções de reportagens aprovadas pelas redações. O Watching do New York Times, por exemplo, é um box lançado em setembro deste ano, que publica diariamente matérias de outros jornais na página principal do site do jornal.

 

No dia 29/10, a ProPublica colocou no ar uma reportagem investigativa sobre a atuação da Cruz Vermelha dos Estados Unidos durante o desastre do furacão Sandy, em 2012. Apesar de a CEO da Cruz Vermelha ter dito, em entrevista à MSNBC, estar orgulhosa das atividades da organização, os documentos conseguidos pelos jornalistas mostram outra realidade.

De acordo com a reportagem, faltaram suprimentos básicos, como água, cobertor e baterias poucos dias após a tempestade; noutra vez, foram descartadas dezenas de milhares de refeições; pessoas com deficiência dormiram em cadeiras de rodas; e criminosos sexuais estavam próximos à área das crianças. Estima-se que a Cruz Vermelha dos Estados Unidos tenha recebido mais de 300 milhões de dólares na época do furacão Sandy. O texto é assinado por Justin Elliott e Jesse Eisinger, da ProPublica, e Laura Sullivan, da New Public Radio (NPR).

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