Em 2021, as quebras de safra ligadas a eventos climáticos extremos geraram um prejuízo de quase cem bilhões de reais para o agronegócio brasileiro. Não chegou a ser uma surpresa: desde 2007, estudos projetavam perdas bilionárias para o setor em decorrência da crise climática. Mas o prejuízo contabilizado pelos produtores rurais está sendo bem maior do que apontavam as projeções dos cientistas.
As perdas do agronegócio em decorrência do aquecimento global são o ponto de partida do episódio 4 de A Terra é redonda (mesmo), que apresenta os principais desafios para se plantar e comer no mundo mais quente da emergência climática.
A partir de entrevistas com vários especialistas, o programa discute como a agricultura e a pecuária contribuem para o agravamento do efeito estufa, mas também como práticas mais sustentáveis podem levar à diminuição das emissões de gases do efeito estufa pelo setor. O episódio analisa ainda a ligação entre agronegócio e desmatamento e aponta como mudanças de hábitos alimentares podem contribuir para minimizar os impactos da emergência climática.
O episódio conta com depoimentos dos seguintes entrevistados:
– Eduardo Assad, engenheiro agrônomo aposentado pela Embrapa, estudioso dos efeitos da crise climática para o agronegócio no Brasil;
– Natalie Unterstell, especialista em políticas públicas ambientais e presidente do Instituto Talanoa;
– Marcello Brito, engenheiro de alimentos e agroambientalista;
– Roberta Del Giudice, advogada especializada em direito ambiental, secretária executiva do Observatório do Código Florestal;
– Karen Oliveira, geóloga e ambientalista, gerente de políticas públicas da ong The Nature Conservancy Brasil;
– Ricardo Abramovay, economista e cientisa político, titular da Cátedra Josué de Castro na Universidade de São Paulo, autor de Infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
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