Sonhar no Brasil – terceiro episódio de Desiguais

Para alguém que passa a vida tentando fugir da fome e trabalhar com dignidade, escapar da violência e educar os filhos, quanto sobra de tempo, de espaço e de energia para produzir subjetividade? Será que no Brasil todos têm as mesmas condições de sonhar?

O psicanalista Kwame Yonatan, primeiro entrevistado deste episódio,veio de uma família negra, que sempre militou pelas causas raciais e pôde promover acesso à educação Superior. Mas nem informação e consciência de classe e de raça impediram os efeitos do racismo sobre ele. Racismo que só adulto ele entendeu como constitutivo de sua personalidade.

Já o segundo entrevistado do episódio, o pastor e deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ), veio de uma família pobre e a desigualdade social era evidente na rotina em comparação a muitos dos que o rodeavam, a começar pela escola. Mas ele compreende as raízes dessas limitações, que não eram só financeiras, na sua trajetória dentro do mundo religioso. Um caminho de vida motivado pelo evangelho, mas que se torna ainda mais político quando vai contra uma corrente conservadora (e majoritária) do cristianismo. 

No terceiro episódio da série apresentada pela jornalista Carol Pires, esses dois personagens ajudam a mostrar como as diferentes desigualdades brasileiras podem atrapalhar, quando não impedir, uma pessoa de sonhar.  

DESIGUAIS é uma produção da Maranha Filmes, com apoio da Fundação Tide Setubal, OAK Foundation e Ford Foundation.

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