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Um natal de John Lennon

Introduzido em meados do século XIX, o cartão de boas festas, (que logo reuniu os votos de “feliz natal” aos de “próspero ano novo”), tomou rapidamente a forma de pequenos papelões ilustrados, de variedade infinita e popularidade universal. Até mesmo pessoas de quem não se esperaria grande respeito a convenções, como o jovem Beatle John Lennon, costumavam mandar mensagens de natal para os amigos.

| 10 ago 2015_16h50
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Introduzido em meados do século XIX, o cartão de boas festas, (que logo reuniu os votos de “feliz natal” aos de “próspero ano novo”), tomou rapidamente a forma de pequenos papelões ilustrados, de variedade infinita e popularidade universal. Até mesmo pessoas de quem não se esperaria grande respeito a convenções, como o jovem Beatle John Lennon, costumavam mandar mensagens de natal para os amigos.

Seu cartão de 1964, mostrado nesta página, é particularmente interessante por trazer na parte de cima a reprodução de um elaborado desenho de sua autoria, de motivo claramente “natalino”. Por dentro, inclui outro desenho, (este a caneta), com uma mensagem manuscrita dirigida à mais famosa cantora inglesa dos anos 1950, Alma Cogan.

  

Alma tornou-se amiga dos Beatles no inicio da década de 1960 e “Mrs. McCogie” era o apelido carinhoso que John dava para a mãe da cantora. Os Beatles visitaram Alma e sua família na sua casa de Kensington, em Londres, em várias ocasiões, inclusive no aniversario de Alma, pouco antes da triunfal turnê mundial do grupo, em junho de 1964.

Alma morreu de câncer, com apenas 34 anos, em outubro de 1966 e em seu último disco, de 1965, cantou versões de “Yesterday”, “Eight days a week” e “Help”.

John, então com 23 anos, assina também por sua mulher Cynthia, (ou Cyn, com quem foi casado de 1962 a 1968) e por seu filho de sete meses, Julian, chamando-o de “good old baby”, pois acabara de referir-se na dedicatória à “boa velha Alma”. Adiciona à esquerda uma cruz com a palavra “beware” (cuidado), algo que correspondia certamente uma brincadeira privada com Alda e sua família.

Lennon gostava muito de desenhar e era bastante talentoso. Muitos de seus desenhos têm sido dispersados recentemente em leilões e atingem preços altos, como tudo que se refere àquele que é talvez o mais famoso e talentoso dos Beatles.

Seu assassinato interrompeu cedo a oferta de desenhos e autógrafos e o manuscrito de uma página da canção “A day in the life” chegou a ser leiloado em 2010 por 1 milhão e 200 mil dólares.

O recorde só foi batido quatro anos mais tarde, quando “Like a Rolling Stone”, na letra de Bob Dylan, alcançou mais de 2 milhões de dólares.

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