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Uma resposta ligeira de Ayrton Senna

A carta reproduzida nesta página é dirigida a uma fã no começo de sua carreira na Formula 1. Pouco mais tarde, Senna já não podia responder às milhares de cartas que passou a receber, mas esta, assinada pela carioca Cristina Junqueira,  parece tê-lo tocado especialmente entre as muitas que já recebia, em agosto de 1986.  Senna tinha 26 anos e morava em Londres, para viajar mais facilmente para os grandes prêmios.

| 07 maio 2014_17h50
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Os vinte anos da morte de Ayrton Senna foram lembrados com emoção não só no Brasil,  mas também no resto do mundo. Inúmeras reportagens homenagearam na Europa o famoso campeão, de uma forma como talvez nenhum brasileiro tenha sido universalmente celebrado antes.

Apesar de Senna contar com menos vitórias que Schumacher e outros campeões mundiais depois dele, sua morte congelou-o em plena glória e ajudou a consolidar a fama  de “mais talentoso piloto de todos os tempos”.

Senna era um garoto simples, secreto. Nascido numa família rica, nunca teve preocupações materiais. Pôde assim concentrar-se inteiramente em sua obsessão com o automobilismo, para o qual nasceu com óbvia vocação. Poucos se dedicaram a qualquer paixão com a mesma intensidade e fervor. A combinação rara de talento e perseverança resultou numa  trajetória que tornou Senna lendário ainda em vida. Por isso, seus autógrafos são hoje disputados por uma legião de admiradores no mundo inteiro, mesmo aqueles jovens demais para tê-lo visto correr.

A carta reproduzida nesta página é dirigida a uma fã no começo de sua carreira na Formula 1. Pouco mais tarde, Senna já não podia responder às milhares de cartas que passou a receber, mas esta, assinada pela carioca Cristina Junqueira,  parece tê-lo tocado especialmente entre as muitas que já recebia, em agosto de 1986.  Senna tinha 26 anos e morava em Londres, para viajar mais facilmente para os grandes prêmios.

O texto na letra de Senna nos dois lados do cartão é singelo: “Cris, gostei da sua cartinha e se você quiser que eu assine o desenho, talvez pudesse mandar pelo correio ao meu escritório em S.P. com uma cartinha explicando a minha secretária, essa com certeza na oportunidade mais breve falará comigo e com prazer assinarei o desenho p/ você.

Tchau, Ayrton.  31.08.86”

Em sua simplicidade, a carta reflete bem a despretensão do campeão. Ídolo de personalidade pouco expansiva, num país exuberante, sua modéstia contribuiu para singularizá-lo e para solidificar sua memória. Vinte anos após receber o cartão, Cris o vendeu num leilão do Rio de Janeiro, quando foi adquirido pelo seu atual detentor.

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