Aécio oscila entre o otimismo com a campanha e o desapego à política. "Se eu ganhar a eleição vai ser muito bom para o Brasil. Se eu não ganhar, vai ser muito bom para mim." FOTO: LUIZ GARRIDO_2014
O público e o privado
O dilema que acompanha Aécio Neves, o presidenciável tucano
Malu Delgado | Edição 93, Junho 2014
“Vamos fazer um negócio curtinho lá, senão ninguém aguenta. Pá, pum! E aí entra a música.” Aécio Neves da Cunha batia a lateral da mão direita na palma esquerda, ritmadamente. Orientava os discursos que seriam feitos dali a algumas horas no lançamento da pré-candidatura de Pimenta da Veiga ao governo de Minas Gerais. Dentro do jatinho que ia de Brasília a Belo Horizonte naquela manhã de fevereiro, cinco coadjuvantes da festa ouviam o senador com atenção. Além do presidente do PSDB paulista, Duarte Nogueira, e do líder do partido na Câmara, Antonio Imbassahy, estavam no voo os presidentes da seção mineira do PSB, do PDT e do PT do B. A fauna política era uma pequena amostra do modo de operar de Aécio. Se tudo correr conforme o planejado, Pimenta da Veiga terá mais de 20 legendas apoiando sua candidatura.
De janeiro a maio, o senador mineiro fez quarenta viagens de avião custeadas pelo partido – dezesseis delas para São Paulo. As agendas eleitorais disfarçadas de compromissos partidários geralmente se iniciam às quintas-feiras, quando o Congresso se esvazia. Na aritmética dos tucanos, se chegar à frente de Dilma Rousseff no estado de Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e José Serra, Aécio dificilmente fica fora do segundo turno da eleição presidencial. Ele considera que em Minas, segundo colégio eleitoral do país, deve ter ampla vantagem sobre a petista.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
ASSINELeia Mais