Lygia Clark sacrificou a vida familiar à obra. Eduardo, o filho caçula, lembra dos vômitos matinais de cor negra da mãe, causados pelo uso de tinta automotiva FOTO: FOLHAPRESS
A guerra dos Clark
Herdeiros disputam o espólio e ameaçam o legado de uma das maiores artistas brasileiras
Consuelo Dieguez | Edição 105, Junho 2015
Às onze da manhã do último 16 de dezembro, quatro carros deixaram o Tribunal de Justiça no Centro do Rio de Janeiro e rumaram para a Zona Sul, com destinos diferentes. Um oficial de Justiça e dois advogados do escritório de Sergio Bermudes, dentre os mais renomados da cidade, ocupavam cada veículo. Se fosse uma gincana, a missão do grupo seria Caça ao Tesouro.
Aqueles homens tinham autorização judicial para recolher, em quatro endereços nobres, as obras – esculturas, quadros, estudos, diários, escritos e o que mais houvesse – que encontrassem de Lygia Clark. Artista brasileira cultuada e valorizada no mercado internacional, uma das expoentes do neoconcretismo, a mineira Lygia morreu em 1988, aos 67 anos.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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