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Campeão de emendas, Fernando Collor ganhou mais verba que a cidade de São Paulo

Luigi Mazza, Camille Lichotti e Renata Buono | 06 nov 2020_11h10
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Na mais recente investida para se aproximar do Centrão, Jair Bolsonaro se declarou a um aliado improvável: o senador e ex-presidente Fernando Collor (PROS). Na última quinta-feira (05), o presidente participou de uma cerimônia em Alagoas para inauguração da obra de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água. Bolsonaro fez questão de anunciar que havia convidado Collor para o evento e não mediu elogios ao ex-presidente. “Com muita satisfação está integrando essa comitiva o nosso senador Fernando Collor, um homem que luta pelo interesse do Brasil e também, em especial, pelo seu estado”, disse Bolsonaro. Mas não é só com palavras que o presidente bajula o senador alagoano. 

Até outubro, Fernando Collor de Mello foi o parlamentar com o maior valor de emendas pagas pelo governo em 2020. Sozinho, o senador teve R$ 19,2 milhões em emendas repassados pelo governo. Isso é mais do que o valor repassado em emendas destinadas diretamente à cidade de São Paulo nesse mesmo período – R$ 18,9 milhões. As emendas parlamentares são propostas feitas por deputados e senadores para redirecionar verbas do Executivo para determinada área ou programa. Na política, as emendas são chave no toma-lá-dá-cá no Congresso. O recurso, previsto em lei, é tradicionalmente usado para atender a demandas eleitorais dos parlamentares e pode servir como instrumento de barganha política, já que a aprovação das emendas depende do governo. Em 2020, Bolsonaro dobrou o repasse de dinheiro através de emendas parlamentares

A retórica da nova política e do combate à corrupção, usada por Bolsonaro para conquistar seu eleitorado, não combina com o perfil de Collor. Em 1992, o ex-presidente teve o mandato interrompido por escândalos de corrupção envolvendo seu antigo tesoureiro, Paulo César Farias. Atualmente o senador é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e foi denunciado pela Operação Lava Jato. Em julho deste ano, Collor chegou a criticar a forma como Bolsonaro tocava a presidência e disse que o atual governo não chegaria ao fim se não passasse por uma mudança rápida. 

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