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Engolindo os miúdos

O que muda com a entrada de Lula na disputa pela sucessão de Bolsonaro

Fernando de Barros e Silva | Edição 175, Abril 2021

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Só há uma certeza política no Brasil de hoje: Lula será candidato à Presidência da República no ano que vem. As coisas sempre podem mudar, claro, mas à distância de um ano e meio das eleições tudo indica que o petista está mais para Getúlio Vargas do que para Cristina Kirchner. Refiro-me, obviamente, ao Getúlio de 1950, que voltou, como se diz, nos braços do povo, depois de ter sido presidente por quinze anos, de 1930 a 1945, oito deles como ditador. O jingle da campanha, um clássico, dizia: Bota o retrato do velho outra vez/Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar.

A hipótese Kirchner nunca foi admitida publicamente pelo petismo, mas surgiu nas últimas semanas aqui e ali, em conversas privadas, como opção improvável. Depois de ter sido eleita presidente por duas vezes, em 2007 e 2011, Cristina candidatou-se em 2019, como se sabe, a vice-presidente na chapa de Alberto Fernández. Foi a grande cabo eleitoral do atual presidente.

No caso de Lula, a opção Kirchner seria uma maneira de diluir sua rejeição, transformando-o, ao mesmo tempo, em avalista da renovação política no campo da esquerda. Fernando Haddad, no caso, seria seu Alberto Fernández natural. Essa especulação, no entanto, ficou bastante esvaziada depois que o Supremo Tribunal Federal considerou o ex-juiz Sergio Moro suspeito. Lula não foi apenas desimpedido de concorrer em termos legais. A decisão do STF o legitimou politicamente. Prevaleceu o enredo do velhinho.

 

Lula terá 77 anos no final do ano que vem, quase dez a mais do que tinha Getúlio quando assumiu a Presidência pela última vez, em janeiro de 1951. Ao contrário do “pai dos pobres” original, o petista nunca teve vocação para ditador. Terminou seu segundo mandato, em 2010, com 87% de aprovação popular. Se tivesse forçado o terceiro mandato, propondo a mudança da lei em seu benefício, como fez Fernando Henrique em 1997, Lula dificilmente encontraria resistência no Congresso. Ficaria mais próximo do chavismo e racharia o país, é certo, mas a história não foi essa. O país acabou rachando em 2014. Coube aos tucanos oferecer o ninho onde o ovo da serpente bolsonarista começou a ser chocado.

Veio então o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, em meio à debacle econômica do país, com a Operação Lava Jato regendo a imprensa e o imaginário social. Olhando em perspectiva, está claro que o alvo político, na verdade, era Lula. O que ocorreu naquela ocasião foi algo bastante extravagante – o impeachment de um ex-presidente. Foi o primeiro impedimento de Lula. Os outros viriam na sequência, com a condenação em primeira e segunda instâncias, a prisão e o carimbo da inelegibilidade, chancelada pelo STF. Mesmo preso, enquanto seu nome apareceu nas pesquisas, Lula nunca deixou de liderar a corrida presidencial de 2018.

Por isso tudo, a volta do ex-presidente à arena política, da forma como se deu, tem significado enorme para a democracia brasileira num momento particularmente dramático da história do país. Lula poderá agora disputar o voto popular com outras candidaturas igualmente legítimas. Terá, sim, de prestar contas à sociedade. Uma parcela significativa da população o considera um político corrupto. Ainda que não seja, a corrupção em larga escala na Petrobras durante os governos do PT não é uma invenção da imprensa burguesa. Está documentada. Esse será, muito provavelmente, um dos tópicos relevantes da disputa eleitoral. Diante do revés que sofreu, o próprio Moro tem em 2022 uma oportunidade de se reinventar como político. Bastaria, na verdade, fazer o que sempre fez, mas agora sem a fantasia do juiz.

 

Com Moro ou sem Moro, a entrada de Lula no páreo já teve o efeito instantâneo de diminuir seus potenciais adversários. Faz até lembrar aquele filme Honey, I Shrunk the Kids, que em Portugal se chama Querida, Eu Encolhi os Miúdos (e não as Crianças, como no Brasil). Pois Lula engoliu os miúdos. Um deles é Luciano Huck, o apresentador em quem as viúvas de FHC depositam há anos a expectativa de que possa renovar a política. É mais provável que venha ressignificar as videocassetadas nas tardes de domingo.

Outro que encolheu foi João Doria. O Júnior. Seus problemas começam em casa. O recrudescimento da pandemia em todo o país e os efeitos especialmente brutais da Covid-19 em São Paulo colocaram o governador na vala comum dos maus gestores da crise sanitária, ofuscando a imagem meticulosamente construída do garoto-propaganda da “vacina do Brasil”. Além disso, nomes ainda influentes no que restou do PSDB, como FHC, Tasso Jereissati e Aécio Neves – sim, ele mesmo – já deixaram claro que preferem lançar o governador gaúcho, Eduardo Leite, ou abrir mão de ter candidato próprio.

Seria injusto incluir Ciro Gomes na turma dos miúdos. Ele definitivamente não é um deles. Mas Ciro tem um problema. De todos os aspirantes ao Planalto, é quem sofre mais diretamente as consequências da volta de Lula. A briga entre os dois a essa altura é um caminho sem volta, o que depõe contra ambos quando se sabe que o mal a ser derrotado tem nome.

 

Ciro não tem economizado ataques ao que chama de lulopetismo. Mas parece ter percebido que a vaga a ser disputada no segundo turno não é a de Lula, mas a de Bolsonaro. Isso é novo. Em entrevista à Folha no final de fevereiro, Ciro dizia que sua tarefa seria “necessariamente derrotar o PT no primeiro turno”. Menos de um mês depois, em longa entrevista ao Estadão, seguiu com sua artilharia pesada contra o PT: “Não há como disfarçar que o Lula é o grande responsável pelo entranhamento orgânico da corrupção na vida brasileira.” Mas adiante, no entanto, ao ser perguntado sobre o estreitamento do espaço para outras candidaturas depois da volta de Lula ao jogo, Ciro responde: “Todo mundo considera, a preço de hoje, que Bolsonaro será um dos polos do segundo turno. Eu discordo, não acho que é certo que ele esteja.” Quem quiser que acredite, mas é essa a aposta de Ciro Gomes: ser o anti-Lula em 2022.

Aqueles que se preparavam para enfrentar Bolsonaro agora se veem compelidos a lutar pelo direito de enfrentar Lula no lugar de Bolsonaro. Essa é, até segunda ordem, a nova configuração do tabuleiro.

O desastre sem precedentes da atual gestão autoriza que se aposte no derretimento de Bolsonaro. No mundo ideal, ele voltaria a ser politicamente o miúdo que, na essência, nunca deixou de ser. No mundo real, porém, as coisas são diferentes. Foi o próprio país que encolheu sob o bolsonarismo. Como perguntou o cientista político André Singer, em artigo recente na Folha: “Agora que a pasta saiu do tubo, quem vai colocá-la para dentro outra vez?”

Dissemos, no início, que só havia uma certeza política no Brasil atual. São duas, na verdade. Bolsonaro continuará tentando sabotar a democracia. Tentará melar o processo eleitoral até onde for possível. Fará isso em qualquer cenário, mas com tanto mais ímpeto quanto menor for a sua chance de sair vitorioso. Singer, em seu texto, perguntou como reagiriam os militares diante de uma eventual vitória de Lula. Eu iria além: como reagirão os democratas da “escolha difícil” diante dessa encruzilhada histórica?

Fernando de Barros e Silva
Fernando de Barros e Silva

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