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    Legenda: Um funcionário do tribunal eleitoral faz a manutenção das urnas de madeira, em 1958: para o presidente Bolsonaro e seus quatro generais mais próximos, ruim mesmo é a urna eletrônica CRÉDITO: ANTÔNIO LÚCIO_ESTADÃO CONTEÚDO_1958

questões democráticas

Trincando os dentes

O Tribunal Superior Eleitoral enfrenta o maior desafio de sua história

Marina Dias | Edição 190, Julho 2022

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No começo de maio, o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, recebeu uma mensagem de texto no celular. Era o presidente Jair Bolsonaro. Ele estava irritado com uma passagem em um debate na GloboNews, cujo vídeo viralizara no Twitter. No trecho que incomodou Bolsonaro, os debatedores concordavam que somente a Justiça Eleitoral poderia arbitrar o processo de votação no país, não cabendo, portanto, nenhuma interferência das Forças Armadas. Os comentaristas entendiam que os militares não são um “poder moderador”, com a missão de arbitrar conflitos entre civis – uma tese que o bolsonarismo vem defendendo há anos, mas que ministros do STF já contestaram publicamente. De acordo com uma fonte que teve acesso à troca de mensagens, Bolsonaro, exasperado com a ideia da exclusão das Forças Armadas, escreveu: “O que teme o TSE?”

Em seguida, o presidente lembrou que o próprio Tribunal Superior Eleitoral convidara as Forças Armadas para colaborar no pleito e, inclusive, integrar a Comissão de Transparência das Eleições, com um assento destinado a um representante do Ministério da Defesa – o que é verdade. Diante disso, concluía Bolsonaro, ele próprio, na condição de chefe supremo das Forças Armadas, nos termos da Constituição, deveria acompanhar o trabalho eleitoral de perto.

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