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    A diretora Christiane Jatahy: ela estreia em Genebra uma montagem de Nabucco, de Verdi. “Será algo gigantesco e um trabalho político, pois fala de guerra, ocupação e povos escravizados” CRÉDITO: LEO AVERSA_2022

vultos do teatro

O abismo em que caímos

A diretora carioca Christiane Jatahy encena na Europa a Trilogia do Horror, sobre o governo Bolsonaro e a mentalidade fascista

| 04 nov 2022_11h38
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Adiretora carioca Christiane Jatahy ganhou neste ano, pelo conjunto de sua obra, o cobiçado Leão de Ouro de Teatro, da Bienal de Veneza. Foi a primeira vez que a bienal entregou o prêmio a um nome do teatro brasileiro. Em Paris, onde vive, ela conversou com o jornalista Fernando Eichenberg, sobre sua criação mais recente: a Trilogia do Horror, na qual reflete sobre o governo Bolsonaro, o autoritarismo, a intolerância e as desigualdades sociais predominantes no Brasil. “Para mim, e penso que para muitos brasileiros, se tornou fundamental tentar entender como caímos nesse abismo”, diz a diretora.

O primeiro espetáculo da trilogia é Entre Chien et Loup (Entre cachorro e lobo), que estreou no ano passado na França. A peça é uma livre adaptação do filme Dogville, do dinamarquês Lars Von Trier. Before the Sky Falls (Antes que o céu caia) é o nome da segunda peça da trilogia. A encenação recorre a Macbeth, de Shakespeare, para tratar do patriarcado, do machismo e da misoginia. A última peça da trilogia é Depois do Silêncio, baseada no romance Torto Arado, do escritor baiano Itamar Vieira Junior, e no documentário Cabra Marcado para Morrer, do diretor paulista Eduardo Coutinho. Nenhum dos três espetáculos foi apresentado no Brasil.

Em 2017, Jatahy tornou-se o primeiro nome do teatro brasileiro convidado a dirigir uma peça na Comédie-Française, a companhia teatral mais antiga do mundo, em Paris. Ela encenou uma elogiada adaptação de A Regra do Jogo, clássico do cinema dirigido por Jean Renoir, chamando a atenção da crítica europeia para o modo como explora e expande os limites do teatro recorrendo à linguagem do cinema – uma das principais inovações da dramaturgia de Jatahy, que agora prepara uma montagem da ópera Nabucco, de Verdi, e um filme sobre o exílio, a ser realizado na França. 

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