Fábrica de arianos: em foto de Robert Capa para a revista Life em 1945, bebês encontrados pelos Aliados no fim da Segunda Guerra, em maternidade em Hohenhorst, na Alemanha; pelo menos 9,2 mil crianças nasceram nos abrigos criados pelos nazistas CRÉDITO: ROBERT CAPA/INTERNATIONAL CENTER OF PHOTOGRAPHY_MAGNUM PHOTOS_FOTOARENA_1945
Os filhos do delírio nazista
Como as crianças nascidas de um projeto genético de Hitler enfrentam a descoberta sombria de suas raízes
Valentine Faure | Edição 200, Maio 2023
Tradução de Rogério Galindo
Na pequena escola primária de Jouy-sous-les-Côtes, no nordeste da França, Gisèle Marc sabia dos boatos sobre ela: que tinha sido adotada e sua verdadeira mãe talvez fosse uma prostituta. Era o fim dos anos 1940, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, uma época em que histórias como essa eram sussurradas de pais para filhos. As mulheres que segundo se dizia haviam dormido com soldados alemães durante a Ocupação da França – chamadas de “colaboradoras horizontais” – tinham a cabeça raspada e eram humilhadas publicamente por turbas furiosas. No jardim da escolinha, as crianças zombavam daqueles supostos filhos de “pais desconhecidos”.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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