Lula conversando com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um dos perfilados da piauí em 2023 Foto: Gabriela Biló/Folhapress
As várias faces do governo Lula
O que os perfis da piauí revelam sobre a campanha e o primeiro ano de mandato
Lula obteve seu terceiro mandato de presidente na eleição mais apertada da história. Dias depois da posse, foi alvo de uma tentativa frustrada de golpe, cujas consequências se arrastam até hoje. O clima belicoso e o fortalecimento do bolsonarismo ajudam a entender as escolhas do petista, que, desde a campanha, fez acenos à centro-direita e se cercou de antigos rivais para compor uma ampla frente democrática. Isso talvez tenha lhe garantido os 2,1 milhões de votos que conseguiu a mais do que Jair Bolsonaro em outubro do ano passado. Mas isso também explica as contradições de seu governo, no qual convivem ex-tucanos, líderes do Centrão e quadros históricos do PT.
Os perfis publicados pela piauí ajudam a entender quem compõe o entorno de Lula, como o governo começou a ganhar forma já em 2022 e qual é o legado que o presidente pretende deixar ao final de seu terceiro mandato. Passaram pelas páginas da revista figuras como Fernando Haddad, Celso Amorim e Simone Tebet.
Começando por Haddad. Em dezembro do ano passado, o anúncio de que ele seria ministro da Fazenda foi recebido no Congresso e no mercado com ceticismo e até pavor. Falou-se em “explosão fiscal”, “fim do mundo”, “caos”. O economista de um grande banco conta que quatro empresários o procuraram querendo enviar todos os investimentos para fora do país porque “esses caras são uma droga”. Um ano depois, o cenário é outro. Haddad transita bem no Congresso – que acaba de aprovar a reforma tributária –, agrada economistas ortodoxos, recebe elogios do mercado financeiro e assiste a uma melhora nos indicadores econômicos. Na piauí de agosto deste ano, a repórter Ana Clara Costa explicou essa guinada e as ambições do ministro.
Enquanto isso, a ex-senadora e ex-presidenciável Simone Tebet, hoje ministra do Planejamento, tenta se equilibrar entre o PT, um MDB dividido e um estado bolsonarista. “Tenho total sinergia e identidade com as pautas de costumes da esquerda. Mas, na parte da economia, sou mais liberal, não esse liberal maluco fiscalista, que acha que tem que privatizar tudo. Mas tenho compromissos com o equilíbrio fiscal.” Atacada por bolsonaristas e tratada com desconfiança pela esquerda, ela compartilhou seu pensamento e suas angústias com a repórter Consuelo Dieguez, no perfil publicado pela piauí em outubro.
Na política externa, Lula tem ao seu lado o chanceler mais longevo da história brasileira, Celso Amorim. Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, ele tentou articular uma solução de paz entre Rússia e Ucrânia, plano que não se concretizou, e recolocou o Brasil no palco das grandes discussões geopolíticas. Sua ambição é a mesma de sempre: dar ao país uma voz global. “A gente não pode representar o Brasil como ele é. A gente tem que representar o Brasil como ele pode ser, como ele deve ser”, explicou Amorim à repórter Ana Clara Costa, que o perfilou na piauí de novembro.
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