Foto: Divulgação
Taurus, Vol.2: um álbum sobre autoestima
As músicas de Duquesa passam por gêneros como o rap, o trap, o disco e o R&B
O novo álbum de Duquesa não é sobre a angústia – passa longe disso, aliás. Mas é justificado que a angústia seja o ponto de partida da faixa que apresenta o novo trabalho da rapper baiana. Em Ela (Intro), Duquesa se arrisca a descrevê-la: “Ela vem como a mulher branca me olhando feio na loja/Ela vem como a velha branca sempre segurando a bolsa/Ela vem como o segurança me seguindo em toda loja/Ela vem como um enquadro: se vier, não tenho escolha.” Em uma rede social, a cantora escreveu sobre a necessidade de fazer esse desabafo na canção. São versos que descrevem uma ansiedade – “os olhares paralisam e me deixam sem autoestima”. É a partir dessas dores que Duquesa reafirma sua humanidade: “Por outro lado, sou feliz brilhando perto dos meus. Não adianta me demonizar, o efeito da minha existência é irreversível.”
E perto dos seus, Duquesa brilha, como vem confirmar Taurus, Vol. 2. O trabalho consolida o talento da rapper e reafirma seu domínio sobre o flow num conjunto de treze faixas que abordam temas relacionados à autoestima, passando por gêneros como o rap, o trap, o disco e o R&B. Lançada pelo selo Boogie Naipe, de Mano Brown, a sequência de TAURUS, de 2023, chegou às plataformas digitais no último 10 de maio. Aos 24 anos, Duquesa – que nasceu Jeysa Ribeiro – vem fazendo seu nome.
Afiada, ela critica a exaltação de artistas masculinos insossos: “O seu rapper não é um gênio, ele só copia o flow.” Em Primeiro de Maio (Gostosas Inteligentes), lembra que beleza e intelectualidade não são excludentes. Vale destaque também a canção Disk P@#$%&!, em parceria com as gêmeas Tasha & Tracie, artistas que se mostram, junto a MC Luanna, Ajuliacosta e a própria Duquesa, as mais proeminentes mulheres negras na cena.
Duquesa fez sucesso nas redes sociais no ano passado com o hit 99 Problemas, em parceria com MC Luanna, reverberando uma estética que faz sentido para muitas mulheres negras – vide as centenas de postagens contendo a canção como trilha sonora. Estética essa que prega um autoamor quase que cego. E qual o problema nisso? Depois de tê-lo tido negado por tanto tempo, faz sentido desfrutar desse sentimento. Em Big D!!!!!! Pt. 2, ela deixa o recado: “Queriam te assistir chorando/ Mas vão ter que te ver rica.”
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