Amapá é o estado com maior representatividade feminina em nomes de ruas; Piauí tem a menor

No Brasil, poucas placas têm o nome de mulheres estampados:  dos pouco mais de 1,6 milhão de logradouros, apenas 176 mil são femininos. De todos os 27 estados brasileiros, onde há maior representatividade feminina nas placas de rua é no Amapá, mas o número ainda é pequeno – 23%, ou seja, a cada 100 logradouros públicos, apenas 23 levam o nome de mulheres. O Piauí é o estado com a menor proporção de mulheres homenageadas, 13%. 

A baiana Ana Nery é a mulher mais lembrada nas ruas do Amapá. Nery foi uma enfermeira que se dedicou ao trabalho voluntário, sobretudo em hospitais de campanha durante a Guerra do Paraguai, atendendo os combatentes em situações precárias. Durante este trabalho, viu um de seus filhos que guerreava ser morto e, mesmo depois, continuou ajudando os feridos – por isso, ficou conhecida como “mãe dos brasileiros”. 

No Piauí, estado com o percentual mais baixo, a política Francisca Trindade é o nome mais citado depois da Princesa Isabel. Sempre envolvida em movimentos políticos e sociais, Trindade foi vereadora pelo PT em Teresina, elegeu-se deputada estadual e federal, sendo a mais votada da história do Piauí. Em 2003, ainda em seu mandato de deputada federal, desmaiou durante um evento e morreu vítima de aneurisma cerebral.

Fonte: Pindograma, com dados do IBGE.

Lianne Ceará

Jornalista e autora de Memórias Interrompidas: testemunhos do sertão que virou mar. Foi estagiária de jornalismo na piauí e também já contribuiu com Universa Uol, G1 Ceará e Diário do Nordeste.

Daniel T. Ferreira

É editor-chefe do Pindograma, site de jornalismo de dados, e estudante de História na Universidade de Stanford.

Renata Buono

É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno