A cada cinco focos de incêndio registrados neste ano, três foram na Amazônia. Até setembro deste ano, o bioma já registra 16% mais queimadas do que em todo o ano de 2021. Em agosto, a Amazônia queimou área equivalente ao estado de Alagoas. Além do efeito nocivo para o meio ambiente, as queimadas impactam a saúde humana. No Amazonas, 87% das internações hospitalares por doenças respiratórias entre 2010 e 2020 têm relação com os incêndios florestais. Nesta semana, o =igualdades faz um raio x da destruição das queimadas no Brasil.
A Amazônia é o bioma brasileiro que registrou o maior número de queimadas desde o início do ano. De janeiro a setembro de 2022, foram 87,3 mil focos de fogo no bioma Amazônia, 41,8 mil no Cerrado, 8,5 mil na Mata Atlântica, 5,3 mil na Caatinga, 1,1 mil no Pantanal e 553 no Pampa. Os focos de incêndio na Amazônia já são 16% maiores que em 2021.
O total de focos de incêndio registrados em setembro deste ano na Amazônia foi 146% maior que no mesmo período do ano passado.
Normalmente, o fogo vem após um processo de desmatamento que erradica a matéria viva e prepara os futuros pastos. Em agosto, a Amazônia queimou área equivalente ao estado de Alagoas.
De acordo com a Sala de Situação da Amazônia (Inpe), o Pará foi o estado com mais focos computados (13 mil), destes 47% ocorreram em áreas protegidas ou não destinadas, como Terras Indígenas, Áreas de Proteção Ambiental e Unidades de Conservação.
O baixo orçamento do Ministério do Meio Ambiente na prevenção de desmatamento e queimadas impacta diretamente no aumento de focos de incêndio nos biomas brasileiros.
Além do efeito nocivo para os biomas, as queimadas impactam a saúde humana, especialmente a das populações amazônicas. As micropartículas que compõem a fumaça, facilmente inaláveis, são responsáveis pelo crescimento no número de internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos dez anos. Nesse período, foram registradas, no Pará, 174 internações hospitalares diárias por doenças do aparelho respiratório; no Mato Grosso, 57.
As queimadas também geram uma perda da qualidade de vida e um elevado custo para o SUS. O valor gasto por cinco estados com as hospitalizações de alta e baixa complexidade chegou a R$ 1 bilhão entre 2010 e 2020.
Fontes: Inpe, IBGE, Siop e FioCruz
Repórter da piauí
Estagiária de jornalismo na piauí e produtora do Foro de Teresina.
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno