Capital da cloroquina, Vitória tem taxa de mortes 47% maior que a do país
Dentre as capitais brasileiras, Vitória (ES) foi a que recebeu a maior quantidade de cloroquina do governo federal, proporcionalmente à população. Foram 54 mil comprimidos de difosfato de cloroquina, quantidade que seria suficiente para medicar 15% dos habitantes da cidade ao menos uma vez. O dado considera apenas as entregas feitas pelo Ministério da Saúde às capitais, sem levar em conta repasses e compras que possam ter sido feitos pelos governos estaduais e municipais. Em julho do ano passado, a prefeitura de Vitória – como tantas outras, estimuladas pelo governo federal – adotou o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento à Covid. Os remédios não têm eficácia comprovada contra a doença.
Até o dia 18 de março, Vitória acumulava uma taxa de 200 mortes por Covid a cada 100 mil habitantes – número 47% maior que a taxa brasileira, que na mesma data havia chegado a 136 mortes por 100 mil habitantes.
Após a publicação do =igualdades, a Secretaria de Saúde de Vitória enviou uma nota afirmando que, a respeito da cloroquina, a prefeitura “considera o princípio da autonomia médica e da decisão compartilhada com o paciente seguindo o posicionamento do Conselho Federal de Medicina”. A quantidade de comprimidos enviados pelo governo federal, segundo a Secretaria, “teve como base o número de casos notificados no pico da pandemia em 2020”.
Fonte: Dados abertos do governo federal; IBGE; Prefeitura de Vitória; Consórcio de veículos de imprensa.
*O texto foi atualizado às 16:30 do dia 30/03/2021.
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