Pedro Corrêa do Lago
Pedro Corrêa do Lago é mestre em economia pela PUC - Rio. Foi autor do blog questões manuscritas no site da piauí
histórias publicadas
Gays na corte de D. João VI
A correspondência entre Lord Strangford, embaixador inglês no Rio de Janeiro em 1810, e o conde de Funchal, então embaixador português na Inglaterra, tinha seu lado oficial e formal, mas era também composta por cartas confidenciais. Em muitas delas, Strangford pede que Funchal destrua sua carta. Mas o diplomata português desobedeceu o pedido, pois encadernou depois num volume todos os originais dessa correspondência privada. Esta permanece inédita, 200 anos mais tarde, e nos permite hoje uma visão privilegiada sobre os extraordinários acontecimentos dos primeiros anos de D. João IV no Brasil, quando Strangford negociava aquele que muitos consideram o acordo mais desfavorável já assinado pelo Brasil: o Tratado de 1810 com a Inglaterra.
Um fragmento de Santa Bernadete
Nas primeiras décadas do século XX foram canonizadas três freiras francesas que passaram imediatamente a fazer parte do grupo de santos católicos mais populares e venerados em todo o mundo: Santa Terezinha do Menino Jesus, Santa Catarina Labouré e Santa Bernadete. A primeira é lembrada por sua vocação precoce e sua morte aos 24 anos, após dez de vida religiosa. A segunda foi testemunha de aparições da Virgem Maria em Paris, que lhe indicou o modelo da hoje chamada" medalha milagrosa."
O olhar de Zapata
Zapata foi, juntamente com Pancho Villa, o líder mais famoso da Revolução Mexicana de 1910 e estava no auge de seu poder influência, aos 35 anos, em 1915, quando posou com olhar algo intenso, algo perdido para esta imagem no estúdio do fotógrafo H. J. Gutierrez na Cidade do México, usando seu uniforme de “charro”, típico da região onde nasceu.
A foto é dedicada ao General Domingos Arenas, que Zapata considerava então seu aliado, mas que depois hesitou, o traiu e pretendia voltar para o lado de Zapata quando foi assassinado em 1917, aos 29 anos. Também Zapata foi assassinado dois anos mais tarde, aos 39 anos, e sua morte precoce e trágica congelou sua lenda.
Os rabiscos de Napoleão
Na folha e no verso mostrados nesta página, tudo indica que Napoleão, provavelmente entediado pela reunião de nomeação dos bispos, tenha desenhado o que parece ser os contornos de um forte, assunto muito mais próximo de suas preocupações que a política religiosa. No verso, o desenho num dos cantos segue o mesmo princípio.
O escocês da Rainha Vitória
Apesar de sua função já ser basicamente cerimonial, a Rainha Vitória detinha muito mais poder que a atual rainha Elizabeth, ainda que só tenha começado a interessar-se por política a partir do final dos anos 1870. Tivera antes, por mais de vinte anos, um conselheiro no qual confiava cegamente: seu marido, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo, que o casamento tornara príncipe consorte da Inglaterra. Com ele, Vitória teve nove filhos e uma vida conjugal que todos os relatos reportam feliz.
Com sua morte em 1861, a Rainha entrou em profunda depressão, com apenas quarenta e três anos. Enclausurou-se por tanto tempo que a monarquia chegou a parecer ameaçada.
O telegrama da República
O Barão de Penedo era um dos servidores mais destacados da monarquia. Havia sido embaixador em Londres durante décadas e atingira um prestígio extraordinário na capital britânica e até mesmo junto à família Real. Acabava de ser transferido a contragosto para Paris, posto de igual prestígio, mas que o obrigava a abandonar sua querida Londres.
É em Paris que recebe a comunicação de Ruy Barbosa, nomeado naquele mesmo dia Ministro da Fazenda do Governo Provisório, que proclamara a República na véspera, em 15 de novembro de 1889.
O apelo de Pancetti
O manuscrito apresentado nesta página parece ser um “argumentário” destinado a servir de base para o pedido de uma amiga em seu favor. Pancetti rascunha a sugestão de um aumento de sua pensão com uma promoção, em função daquilo que o pintor considera ter sido sua contribuição artística ao Brasil. Uma nota manuscrita em outra letra indica que o manuscrito foi entregue em Agosto de 1951 a D. Elisa Coimbra Bueno Lynch, senhora de sociedade e diretora de uma organização de voluntárias, que teria acesso ao ministro da Marinha e poderia interceder em favor de Pancetti. O texto merece ser citado na íntegra:
O autógrafo do Chacal
O ouro das minas de São Paulo
Portugal teve também o seu D. Pedro II, monarca que reinou 150 anos antes de seu longínquo descendente, o imperador do Brasil de mesmo nome. D. Pedro II de Portugal foi também rei do Brasil de 1683 a 1706 e tinha grande interesse na administração das riquezas da colônia.
A carta mostrada nesta página é dirigida ao ‘Superintendente das minas do ouro de São Paulo” e datada de Lisboa, em 13 de abril de 1702.
O autógrafo de Nelson Mandela na Alemanha
A fotografia reproduzida nesta página o mostra na Alemanha em 1996 passando tropas em revista em companhia do presidente Roman Herzog. Mandela aceitou assiná-la a pedido de um diplomata alemão cinco anos mais tarde, em 13 de julho de 2001. Para melhor contraste com o fundo escuro da fotografia, optou por usar uma caneta Pilot dourada.