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A cova rasa do Brasil

Pesquisa para identificar desaparecidos políticos descobre que a maioria dos mortos na cova clandestina de Perus é formada por pobres da periferia paulista

| 04 nov 2022_11h45
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Em 1990, foi encontrada uma cova coletiva no Cemitério Municipal Dom Bosco/Colina dos Mártires, no distrito de Perus, na Grande São Paulo. Investigações concluíram que haviam sido enterrados ali, de maneira clandestina, presos políticos e outras pessoas. Trinta e dois anos depois, a primeira parte da pesquisa do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf), em São Paulo, destinada a identificar ossadas de presos políticos durante a ditadura militar, está chegando ao fim.

A procura se concentrou em 42 desaparecidos – dos quais só foram encontrados cinco, todos eles presos políticos. A análise concluiu que o maior número de corpos escondidos na vala não é de militantes, mas de pessoas das periferias de São Paulo. “Antes, eu estava muito comprometido a encontrar os 42 desaparecidos. Agora estou completamente comprometido com as 1 049 pessoas que estavam na vala”, disse Edson Luis de Almeida Teles, atual coordenador do Caaf, à jornalista Gabriela Mayer, autora da reportagem que assinantes da piauí podem ler aqui.

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