BRASÍLIA – “É o reconhecimento de toda uma trajetória”, explicou o catedrático Paulo Salim Maluf, diante da notícia de que seria levado à Penitenciária da Papuda para cumprir pena por lavagem de dinheiro. “Alguns são reconhecidos pelo Oscar, outros pelo Nobel e há também os que têm a vaidade de se juntar à Academia Brasileira de Letras”, alfinetou, enquanto vestia uma beca da Polícia Federal. “Nada disso se equipara à honra de discursar no mesmo templo onde já pisaram Roberto Jefferson e José Dirceu.”

Na Papuda, são intensos os preparativos para receber a aula magna. “A ala evangélica tem comparado a vinda do Doutor Paulo ao retorno do messias”, explicou o ex-senador Luiz Estevão, decano da penitenciária. “Já eu prefiro usar temos mais republicanos. Vamos recebê-lo com as honrarias de um chefe de estado.”

Em sua aula magna, o mestre Maluf deve fazer um panorama de sua longa experiência com contas fantasmas e notas frias. Há a expectativa, também, de que ele inaugure um túnel superfaturado unindo a penitenciária ao Congresso.