
João Emanuel Carneiro, em sua casa no Leblon: ele foi escalado pela Globo para voltar ao horário das nove da noite e conta que fará uma novela sobre duas mulheres nascidas no mesmo dia CRÉDITO: RICARDO BORGES_2023
João Emanuel Carneiro conta que tinha medo de passar fome
Novelista de Todas as Flores prepara volta ao horário das nove na tevê aberta
| 01 set 2023_06h45
Depois do sucesso de Todas as Flores, exibido no streaming, o novelista João Emanuel Carneiro deverá voltar ao horário das nove, na tevê aberta. A trama de sua próxima novela ainda é segredo, mas ele revelou a Tiago Coelho, na próxima edição da piauí, que será sobre duas mulheres que nascem no mesmo dia.
Filho único de uma antropóloga, na infância ele odiava livros, porque a mãe estava sempre lendo, o que tirava o tempo que ela poderia dedicar a ele. “Queimei vários livros da minha mãe quando pequeno”, ele conta.
Com a mãe, fez longas viagens pelo interior do Nordeste e o Norte de Minas Gerais, onde ela pesquisava sobre artistas populares, sua especialidade. “Era muito perrengue. Andávamos em ônibus velhos em estradas de terra. Ela me levava porque não tinha companhia nem tinha com quem me deixar. Não era tão ruim, mas eu queria mesmo era ir para a Disney.”
As novelas de Carneiro têm sempre personagens pobres almejando a riqueza e ricos com medo de empobrecer. “Durante muito tempo tive medo de ficar pobre e passar fome”, ele diz. “Passei a cuidar do dinheiro e dos negócios de minha mãe desde muito cedo. Eu não tinha ninguém com quem dividir essa responsabilidade. Acho que vem daí esse medo de meus personagens. É o medo de ir parar na calçada.”
Em sua estreia no horário das sete, com Da Cor do Pecado, em 2004, criou a primeira protagonista negra de uma novela em 39 anos de Rede Globo. Em 2012, mais de 80 milhões de pessoas assistiram ao epílogo de sua novela de maior sucesso e audiência, Avenida Brasil. Ele também inovou com um estilo de narração que valoriza a imagem e não só o diálogo, inspirado no cinema. Carneiro indicou os temas principais que o acompanham nas novelas: “Essa zona cinza entre o bem e o mal” e também “a ideia de família, que é uma coisa que nunca tive, a ausência de uma família.”
Os assinantes da piauí podem ler a íntegra da reportagem neste link.
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