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Kassab prepara o PSD para os próximos trezentos anos

Sob a liderança do ex-ministro, partido desbancou MDB em número de prefeitos

| 29 nov 2024_11h13
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“Quando o Kassab me mandou a última mensagem ontem, eu estava dormindo. Quando mandou a primeira, hoje, eu ainda não tinha acordado”, diz o assessor de imprensa Alexandre Gajardoni, sentado no apartamento de Kassab. É uma quinta-feira de setembro. O ex-ministro acordou às cinco, leu os jornais, caminhou no Clube Pinheiros, fez musculação na academia de seu prédio, tomou banho, vestiu uma camisa social azul bem passada, trocou telefonemas e recebeu no escritório de seu apartamento Marcelo Manhães de Almeida, vice-presidente da Fundação Liceu Pasteur. “Gaja, se quiser, tira uma foto minha com Marcelo.” O assessor se levanta e faz uma fotografia dos dois, que fingem conversar. É só o começo de um longo dia.

Kassab, 64 anos, é uma figura pacata. Caminha desengonçado e veste ternos largos, que lhe conferem um aspecto infantil. Não é um ás da retórica, nunca levanta a voz e parece se retrair sempre que toca num assunto controverso, como se não quisesse ser ouvido. É bem-humorado. Nunca foi casado, não tem filhos e vive sozinho num apartamento de 456 m² com vista para o Shopping Iguatemi, em São Paulo.

Há treze anos na presidência do PSD, Kassab é o grande responsável pelo crescimento do partido nas eleições deste ano. Em 2020, o PSD elegeu 65 prefeitos em São Paulo; neste ano, foram mais de duzentos. No país, saltou de 654 para 900. Tornou-se o maior partido municipalista do país, desbancando o MDB pela primeira vez em vinte anos.

O crescimento em São Paulo, maior do que em qualquer outro estado, se deve sobretudo à derrocada do PSDB. Em 2020, os tucanos elegeram 176 prefeitos. Neste ano, foram somente 21. Alguns buscaram refúgio no PL de Valdemar Costa Neto, outros no Republicanos de Marcos Pereira. A maioria, porém, preferiu o PSD de Gilberto Kassab, ex-prefeito, ex-ministro, ex-deputado e atual secretário estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo. O número de adesões se acentuou depois da vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve o apoio fundamental de Kassab.

“Eu quero preparar o PSD para ter, o mais breve possível, um candidato próprio à Presidência”, disse Kassab à piauí. E completou: “Queremos estar no poder, com bons cargos, para ficar duzentos, trezentos anos na política brasileira.”

Na edição deste mês da revista, Luigi Mazza perfila o presidente do PSD.

 Assinantes da revista podem ler a íntegra neste link

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