Kátia Rabello diz que assumiu o Rural constrangida por circunstâncias trágicas e que sentiu uma "solidão intensa" ao receber a sentença de prisão; seus encontros com José Dirceu favoreceram o argumento de que teve participação ativa no mensalão FOTO: EUGÊNIO SÁVIO_2013
A banqueira
Como vive Kátia Rabello, a ex-bailarina mineira que herdou o Banco Rural e foi condenada no julgamento do mensalão
Karla Monteiro | Edição 81, Junho 2013
Fazia calor intenso no Pantanal na manhã de 12 de novembro de 2012, uma segunda-feira. Era cedo quando Kátia Rabello pulou da cama, o sol mal havia raiado. Estava no Mato Grosso do Sul, em uma fazenda que pertencia ao Banco Rural, instituição fundada por seu pai, o mineiro Sabino Rabello, quando ela tinha apenas 3 anos de idade. Com o namorado, um empresário do setor do agronegócio, e a sobrinha de 27 anos, seguiu para Cuiabá. Foram direto para um congresso da Organização Latino-Americana de Plantadores de Teca, assunto do interesse da família. Depois de algumas horas, já no fim da tarde, se dirigiram ao hotel, para descansar. Naquela noite, Kátia teria um jantar com um grupo de empresários também dispostos a investir na árvore nativa da Ásia que virou moda no ramo do reflorestamento.
Assim que entraram no quarto, o iPhone da banqueira apitou. Era um torpedo de uma amiga que morava no Rio de Janeiro, com quem ela não se encontrava havia alguns anos. O texto dizia o seguinte: “Tenho grande admiração e carinho por você. Se soubessem do seu coração, da artista sensível que você é, teriam sensibilidade na questão em curso. Lembro-me da minha filhota na sua escola, tão feliz. Conte com a minha amizade, querida.”
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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