A criança
Freei o carro e parei no meio da pista. Os motoristas meteram a mão na buzina. Liguei o pisca-alerta. A criança suspirou. Você é tão politicamente correta, ela disse, encantadoramente. E dirige mal pacas
Ali Smith | Edição 66, Março 2012
Eu fui até o Waitrose como sempre na folga do almoço para fazer as compras da semana. Deixei o carrinho perto das verduras e fui procurar bouquet garni para fazer sopa. Mas quando eu voltei de novo para as verduras eu não achava o meu carrinho. Parecia que o tinham levado embora. No lugar dele estava o carrinho de compras de outra pessoa, com uma criança sentada no assentozinho de crianças, com as perninhas gorduchas saindo pelas duas aberturas da frente.
Aí eu dei uma espiada no carrinho em que a criança estava e vi ali as poucas coisas que eu já tinha pegado: os três sacos de laranja, os damascos, as maçãs orgânicas, o exemplar dobrado do Guardian e o pote de azeitonas Kalamata. Eram definitivamente as minhas coisas. Era definitivamente o meu carrinho.
A criança era loura e de cabelos cacheados, de pele muito clara e corada, com umas bochechonas de cupido ou de um anjinho de dedos roliços num cartão de Natal, ou de uma criança saída de um livro infantil inglês antiquado, aquele tipo de livro em que elas usam chapeuzinhos para evitar uma insolação durante o longo verão do pós-guerra. Esta criança estava usando um agasalhinho azul com capuz e sapatinhos azuis, e estava bem limpinha, se bem que um tanto melequenta em volta do nariz. Os lábios eram bem rosados e tinham o formato perfeito de um arco; os olhos eram azuis e claros, e vazios. Era uma criança quase constrangedoramente linda.
Oi, eu falei. Cadê a sua mamãe?
A criança me lançava um olhar vazio.
Eu fiquei ali perto das batatas e esperei um pouco. Tinha gente fazendo compras por todo lado. Uma daquelas pessoas claramente tinha colocado essa criança no meu carrinho e quando ele ou ela viesse empurrar o carrinho eu podia explicar que eram as minhas coisas ali e a gente podia destrocar os carrinhos, sei lá, e rir daquilo tudo e eu podia continuar com as minhas compras normalmente. Fiquei ali uns cinco minutos. Depois de cinco minutos eu levei o carrinho com a criança para o balcão de Atendimento ao Cliente.
Acho que alguém por aí deve estar procurando isso aqui, eu disse para a mulher do outro lado do balcão, que estava ocupada num computador.
Procurando o quê, senhora? ela disse.
Imagino que alguém deve ter passado aqui enlouquecido por ter perdido ele, eu falei. Acho que é ele. Azul é de menino e tal.
A mulher do Atendimento ao Cliente se chamava Marilyn Monroe. Dizia no crachá dela.
Belo nome, eu disse apontando para o crachá.
Perdão? ela disse.
O seu nome, eu disse. Você sabe. Monroe. Marilyn.
É, ela falou. É o meu nome.
Ela me olhava como se eu estivesse dizendo alguma coisa que soasse ameaçadoramente estrangeira para ela.
Mas o que é mesmo que eu posso fazer pela senhora? ela disse numa voz cantante.
Bom, como eu estava dizendo, essa criança aqui, eu falei.
Que menino mais lindo! ela disse. É a cara da mãe.
Bom, sei lá, eu falei. Ele não é meu.
Ah, ela disse. Ela parecia ofendida. Mas ele é a sua cara. Não é? Não é, amorzinho? Não é, meu querido?
Ela sacudiu o arame vermelho espiralado que estava preso ao seu chaveiro diante da criança, que ficou observando aquilo balançar a poucos centímetros do seu rosto, estupefata. Eu não podia nem imaginar do que ela estava falando. A criança não era nem um pouquinho parecida comigo.
Não, eu disse. Eu só fui ali pegar alguma coisa e quando eu voltei pro meu carrinho ele estava dentro.
Ah, ela disse. Ela parecia muito surpresa. Ninguém informou a perda de uma criança, ela disse.
Ela apertou uns botões num tipo de intercomunicador.
Oi? ela falou. É a Marilyn do Atendimento. Bem, obrigada, e você? Alguma coisa aí sobre uma criança perdida? Não? Nada relacionado a uma criança? Perdida ou desaparecida? Uma senhora aqui diz que achou uma.
Ela largou o intercomunicador. Não, minha senhora, parece que ninguém relatou uma criança desaparecida ou perdida, ela disse.
Uma pequena multidão já tinha se acumulado atrás de nós. Ele é um encanto, uma mulher dizia. É o seu primeiro?
Ele não é meu, eu disse.
Quanto tempo ele tem? uma outra falou.
Não sei, eu disse.
Não? ela disse. Ela parecia chocada.
Aaaah, ele é lindinho, um velho, que parecia meio pobre demais para estar fazendo compras no Waitrose, disse. Ele sacou uma moedinha de cinquenta pence do bolso, mostrou para mim e disse: Toma. Uma moeda de prata pra te dar sorte.
Ele meteu a moeda no sapatinho da criança.
Eu não faria uma coisa dessas, a Marilyn Monroe disse. Ele vai tirar isso dali, vai engolir e se afogar.
Ele nunca vai tirar isso dali, o velho disse. Não é? Você é um menininho fofo. Ele é um menininho fofo, muito fofo. Como é que você se chama? Como é que ele se chama? Aposto que você parece o seu pai. Ele parece o pai?
Não tenho nem ideia, eu falei.
Nem ideia! o velho disse. Um menininho tão fofo! Que coisa pra mamãe dizer!
Não, eu falei. Sério. Ele não tem nada a ver comigo, ele não é meu. Eu só achei ele no meu carrinho quando voltei com as…
Neste momento a criança sentada no carrinho olhou para mim, levantou os bracinhos gorduchos e disse, bem na minha cara: Mammãã.
Todo mundo à minha volta no pequeno círculo de admiradores de bebês olhou para mim. Alguns pareciam escolados e sarcásticos. Um ou dois trocaram sinais de cabeça.
A criança fez de novo. Estendeu os bracinhos, quase como se quisesse se arrancar do assento do carrinho e se jogar em cima de mim voando.
Mammãã, disse.
A mulher chamada Marilyn Monroe pegou de novo o intercomunicador e falou com o aparelho. Enquanto isso a criança tinha começado a chorar. Gritava e berrava. Exclamava a sua palavra para mãe na minha direção sem parar e sacudia o carrinho de tanto gritar.
Dê a chave do carro pra ele, uma senhora disse. Eles adoram brincar com chave de carro.
Desorientada, eu dei a chave para a criança. Ela jogou no chão e gritou ainda mais.
Pegue no colo, uma mulher de terninho Chanel disse. Ele só quer um carinho.
Não é meu filho, eu expliquei de novo. Eu nunca vi esse menino.
Toma, ela disse.
Ela tirou a criança do cesto de arame do assento do carrinho, segurando-a com os braços estendidos para não sujar o terninho. A criança gritou mais ainda quando as suas pernas saíram do assento de arame; o rosto dela foi ficando cada vez mais vermelho e o supermercado inteiro ressoava com os berros. (Eu estava com vergonha. Eu me sentia estranhamente responsável. Mil perdões, eu dizia para as pessoas em volta de mim.) A mulher de Chanel meteu a criança com força no meu colo. Imediatamente ela me abraçou e se acalmou com uns arrulhos baixinhos.
Santo Deus, eu disse, porque nunca tinha me sentido tão poderosa na vida.
O grupo em volta de nós emitia sons de quem sabe das coisas. Está vendo? uma mulher disse. Eu concordei com a cabeça. Pronto, o velho disse. Isso sempre funciona. Não precisa ficar com medo, querida. Que criança mais linda, disse uma mulher que passava. Os primeiros três anos são um pesadelo, outra disse, passando com o seu carrinho por mim na direção dos vinhos finos. Isso, a Marilyn Monroe estava dizendo no intercomunicador. Dizendo que não era. Dela. Mas acho que agora está tudo certo. Não é, senhora? Tudo certo agora? Senhora?
Isso, eu disse com um monte de cabelo louro da criança na boca.
Vá pra casa, querida, o velho disse. Dê uma janta pra ele e ele vai ficar um amor.
Nascendo dentinho, uma mulher dez anos mais nova que eu disse. Ela sacudia a cabeça; era uma veterana. É de enlouquecer a gente, ela disse, mas não é pra sempre. Não se preocupe. Vá pra casa agora e tome uma bela xícara de um chá de ervas e tudo se resolve, ele vai cair no soninho já já.
É, eu disse. Muito obrigada. Que dia.
Algumas mulheres me davam sorrisos de encorajamento; uma me deu tapinhas no braço. O velho me deu tapinhas nas costas, apertou o pé da criança dentro do sapatinho. Cinquenta pence, ele disse. Antes isso era dez xelins. Bem antes do seu tempo, amiguinho. Dava pra comprar comida pra uma semana, com dez xelins. Antigamente, né? Fazer o quê? Tem coisa que muda e tem coisa que nunca muda. Né? Né, mamãe?
É. Rá. Rá. Nem me conte, eu disse sacudindo a cabeça.
Eu levei a criança no colo até o estacionamento. Ela pesava uma tonelada.
Pensei em deixá-la ali mesmo no estacionamento atrás dos cestos de reciclagem, onde ela não tinha como se machucar muito e alguém ia achá-la sem dificuldade antes de ela morrer de fome ou alguma coisa assim. Mas eu sabia que se fizesse isso as pessoas do supermercado iam lembrar de mim e iam acabar me achando depois daquela confusão toda. Então eu deitei a criança no banco traseiro do carro, prendi com um dos cintos de segurança e o cobertor do vidro traseiro, e entrei no carro. Liguei o motor.
Eu ia levar a criança para fora da cidade, num dos vilarejos, decidi, e deixá-la ali, na entrada de uma casa ou na frente de uma loja por exemplo, quando ninguém estivesse olhando, onde outra pessoa acabasse registrando ter encontrado uma criança e os pais de verdade ou sei lá quem tinha perdido pudessem pedir ela de volta. Mas eu ia ter que deixar a criança em algum lugar sem ser vista, para ninguém pensar que eu estava abandonando.
Ou eu podia simplesmente levar direto para a polícia. Mas aí eu ia ficar ainda mais envolvida na história. Talvez a polícia fosse pensar que eu tinha roubado a criança, especialmente agora que eu tinha saído do supermercado levando a criança como se afinal fosse minha.
Olhei para o relógio. Já estava atrasada para o trabalho.
Passei pelo centro de jardinagem e fui para a pista, e decidi que ia virar à esquerda na primeira placa e largar a criança no primeiro lugar tranquilo, seguro e vagamente habitado que encontrasse e aí voltar correndo para a cidade. Fiquei na pista interna e esperei as placas dos vilarejos.
Você dirige mal pacas, disse uma voz vinda de trás do carro. Até eu faria melhor, e olha que eu nem sei dirigir. Porventura você é uma boa representante de todas as mulheres que dirigem ou é a única mulher que dirige mal pacas?
Era a criança falando. Mas ela falava com uma vozinha tão inesperadamente encantadora que me deixou com vontade de rir, uma voz jovem e clara como um conjunto de sininhos executando uma linda melodia. Ela disse as palavras mais complicadas, representante e porventura, com uma inocência que soava antiga, com séculos de idade, e ao mesmo tempo como se tivesse acabado de descobrir seu significado, e estivesse testando os seus usos e eu tivesse o privilégio de estar presente num tal momento.
Eu encostei o carro no acostamento, desliguei o motor e me virei para o banco de trás. A criança ainda estava ali, indefesa, enrolada no cobertor xadrez da janela traseira, presa no lugar pelo cinto de segurança. Ela não parecia ter idade de quem já fala. Mal parecia ter um ano.
É um horror. Estrangeiros e gente que quer asilo político vêm aqui e pegam todos os nossos empregos e os nossos benefícios sociais, disse ela sobrenatural e delicadamente. Deviam mandar todo mundo embora pra casa.
Ela tinha um ligeiro cicio muito fofo nos sons de s das palavras estrangeiros e asilo e empregos e benefícios e casa.
Como? eu disse.
Você é surda? Cera no ouvido? a criança disse. Os terroristas de verdade são pessoas que não são inglesas mesmo. Eles vão se infiltrar nos estádios de futebol e explodir os cristãos inocentes que torcem pra uns times ingleses inocentes.
As palavrinhas deslizavam daquela boquinha de rubi. Dava para ver só um relance dos dentes nascendo.
A criança falou: a libra é nosso patrimônio legítimo. Nós merecemos o nosso patrimônio. As mulheres não deviam trabalhar se vão ter filhos. As mulheres não deviam trabalhar e ponto. Não é a ordem natural das coisas. E quanto a isso de casamento gay. Faz-me rir.
Então ela riu, loura e lindamente, como que só para mim. Os seus grandes olhos azuis estavam abertos e miravam retos em mim como se eu fosse a coisa mais maravilhosa que ela já tivesse visto.
Eu estava encantada. Devolvi a risada.
Vinda do nada, uma nuvem negra atravessou o sol que brilhava no rosto dela, ela cerrou os olhos e esperneou, sacudiu o bracinho livre do cobertor, mãozinha fechada, e começou a berrar e chorar.
Está com fome, eu pensei, e a minha mão entrou na camisa e antes que eu me desse conta do que estava fazendo eu já a estava desabotoando, me botando para fora, e planejando como garantir posteriormente a matrícula da criança numa das melhores escolas secundárias da região.
Eu dei meia-volta com o carro e segui para casa. Tinha decidido ficar com a criança linda. Eu a alimentaria. Eu a amaria. Os vizinhos iam ficar atônitos de eu ter escondido uma gravidez assim tão bem, e todo mundo ia concordar que a criança era a criança mais linda que jamais abençoou a nossa rua. O meu pai ia balançar a criança no colo. E já não era sem tempo, ele diria. Eu achava que você nunca ia me dar um netinho. Agora eu posso morrer feliz.
A melodiosa voz da linda criança, com a sua pronúncia pura e perfeita, a pronúncia de uma criança que já frequentou uma excelente escola pública e aprendeu exatamente como falar, invadiu o meu sonho.
Por que as mulheres usam branco pra casar? a criança perguntou lá do banco traseiro.
Como assim? eu disse.
Por que as mulheres usam branco pra casar? a criança disse novamente.
Porque o branco representa pureza, eu disse. Porque representa…
Pra combinar com o fogão e a geladeira quando chegarem em casa, a criança interrompeu. Um inglês, um irlandês, um chinês e um judeu estão num avião sobrevoando o Atlântico.
Como é que é? eu disse.
Qual é a diferença entre uma vagina e uma boceta? a criança disse com a sua inocente voz tilintante.
Sem palavrão! Por favor! eu disse.
Eu comprei uma cadeira pra minha sogra, mas ela se negou a ligar na tomada, a criança disse. Eu não diria que a minha sogra é gorda, mas a gente teve que parar de comprar camisetas do filme Malcolm X pra ela porque sempre aparecia um helicóptero tentando pousar na velha.
Fazia mais de vinte anos que eu não escutava uma piada de sogra. Eu ri. Não pude evitar.
Por que eles mandaram mulheres em TPM pro deserto pra combater os iraquianos? Porque elas conseguem reter água por quatro dias. Como é que se chama um iraquiano com um saco de papel na cabeça?
Está bom, eu disse. Chega. Passou do meu limite.
Freei o carro e parei bem no meio da pista. Os carros guinchavam e estrepitavam passando por nós com os motoristas metendo a mão na buzina. Eu liguei o pisca-alerta. A criança suspirou.
Você é tão politicamente correta, ela disse por trás de mim, encantadoramente. E você dirige mal pacas. Como é que a gente faz pra deixar uma mulher cega? Põe um para-brisa na frente dela.
Rá rá, eu disse. Essa é velha.
Peguei as estradas vicinais e fui até o meio de um bosque fechado. Abri a porta de trás do carro e tirei dali a linda criança loura entrouxada. Tranquei o carro. Carreguei a criança por quase um quilômetro até achar um lugar abrigado, onde eu a deixei em cima do cobertor xadrez sob as árvores.
Eu já estive aqui, sabe, a criança me disse. Não é a minha primeira vez.
Tchau, eu disse. Tomara que os animais selvagens te encontrem e te eduquem bem.
Fui para casa.
Mas durante aquela noite toda eu não conseguia parar de pensar na criança indefesa no bosque, no frio, sem nada para comer e sem ninguém saber que ela estava lá. Levantei às quatro da manhã e fiquei dando voltas pelo quarto. Doente de preocupação, eu peguei o carro e fui até a estrada do bosque, parei exatamente no mesmo lugar e caminhei de novo quase um quilômetro de volta até as árvores.
Lá estava a criança, ainda ali, ainda enrolada no cobertor xadrez de viagem.
Você demorou, hein, ela disse. Tudo bem comigo, obrigado por perguntar. Eu sabia que você ia voltar. Você não consegue resistir a mim.
Pus a criança de novo no banco de trás do carro.
Lá vamos nós de novo. Pra onde agora? a criança disse.
Adivinha, eu disse.
Será que dava pra gente ir pra algum lugar com banda larga ou wi-fi pra eu poder ver pornografia? a linda criança disse lindamente.
Fui até a cidade mais próxima e encostei no primeiro estacionamento de supermercado que achei. Eram 6h45 da manhã e estava aberto.
Aah, a criança disse. O meu primeiro Tesco 24 horas. Eu já passei por um Asda e um Sainsbury’s e um Waitrose mas nunca pelo Tesco até aqui.
Eu baixei a aba do chapéu sobre o rosto para evitar ser identificada pelas câmeras de segurança e entrei com a trouxa xadrez pela porta de saída quando duas outras pessoas saíram. O supermercado estava muito calmo mas havia uma quantidade razoável de gente fazendo compras. Encontrei um carrinho, cheio pela metade de coisas boas, manteiga francesa, azeite de oliva italiano, um Guardian novo dobrado, largado no corredor dos biscoitos, e virei a criança ali dentro, meti as suas belas perninhas pelos buracos do assento para crianças.
Assim, eu falei. Boa sorte. Tudo de bom. Tomara que você ganhe o que precisa.
Eu sei é o que você precisa ganhar, a criança sussurrou quando eu me afastava, mas bem baixinho, para ninguém mais ouvir. Psit, ela sibilou. Como é que se chama uma mulher com dois neurônios? Grávida! Por que é que inventaram os carrinhos de compras? Pra ensinar as mulheres a andar nas patinhas traseiras!
Aí ela riu seu encantador bimbalhar de puro riso infantil e eu me esgueirei para fora do corredor e porta afora, passando pelas funcionárias que cortavam a cinta plástica dos novos tabloides matutinos e os dispunham nas prateleiras de jornais, e para fora do supermercado, de volta para o meu carro, e para fora do estacionamento, enquanto por toda a Inglaterra os sinos dobravam nas igrejas da manhã e o britânico canto dos pássaros dava as boas-vindas ao dia que chegava, Deus no seu paraíso, e tudo em ordem com o mundo.
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