A camaleoa
As glórias e tragédias que produziram Erika Hilton
Alguns poucos minutos depois das onze da manhã, a deputada Erika Hilton entrou apressada no prédio da Câmara dos Deputados, em Brasília. Seu vestido verde-claro, com um destemido decote em V, chamava a atenção. A cada cinco ou seis passos, aparecia um admirador querendo trocar uma palavra. Erika atendia ao pedido, mas não se demorava. Ela não tinha tempo para conversas. No plenário da Câmara ocorria desde as 11 horas uma sessão solene em homenagem a Marielle Franco (Psol-RJ) e ao motorista Anderson Gomes, assassinados há seis anos no Rio de Janeiro. Uma atmosfera de gravidade e tensão se espalhara pela Casa naquela terça-feira, 26 de março passado. Dois dias antes, a Polícia Federal tinha divulgado um relatório apontando o deputado Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ) como mandante do assassinato da vereadora carioca, em conluio com seu irmão, Domingos Brazão. Os dois foram presos.
Para Erika, o dia tinha uma importância a mais: era a primeira vez que ela pisava no Congresso como líder do Psol na Câmara. “Já ganhei a liderança, agora estou chegando para exercê-la”, ela disse à piauí, poucas horas antes, enquanto sua maquiadora dava os toques finais em seu rosto – agora um tanto diferente de quinze dias atrás. Antes de assumir o novo cargo, a deputada se licenciou por um mês para se submeter a uma cirurgia a fim de aliviar sua congestão nasal crônica. Aproveitou para fazer uma rinoplastia, que afinou e empinou consideravelmente seu nariz.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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