minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos
O messiânico

    Deltan Dallagnol, na Câmara dos Deputados, em 2023, dois meses antes de perder o mandato: “Mor, se tudo der certo nas palestras, vão entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano” CRÉDITO: PABLO VALADARES_CÂMARA DOS DEPUTADOS_2023

anais do lavajatismo

O messiânico

As motivações e táticas de Deltan Dallagnol em 950 mil mensagens do Telegram

João Batista Jr., Allan de Abreu, Felippe Aníbal, Lígia Mesquita, Luiz Fernando Toledo e Matheus Pichonelli | Edição 210, Março 2024

A+ A- A

“Li na diagonal a denúncia. Ainda tenho de lê-la melhor. Está muito boa, porém faço algumas críticas construtivas”, escreveu o procurador Orlando Martello Júnior, do Ministério Público Federal no Paraná. A mensagem foi enviada pelo Telegram, no grupo batizado como “Filhos do Januário 1”, que reunia os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Era 9 de setembro de 2016 e a Lava Ja­to estava no auge. Em cinco dias, o país seria apresentado à primeira grande denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na forma do famoso PowerPoint, que mostrava catorze balões, cada um com conteúdo diferente, dos quais saíam setas apontando para o balão central, onde estava escrito LULA.

A despeito do breve elogio de Martello Júnior, a denúncia ainda era um rascunho e pontos importantes não estavam parando de pé, na visão dos próprios procuradores, a começar pelo pilar central da acusação: a de que Lula ganhara um apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, como recompensa por favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras. Mesmo faltando tão pouco tempo para a divulgação da denúncia, havia incertezas abundantes sobre fatos, sobre dados e sobre provas.

Já é assinante? Clique aqui Só para assinantes piauí

Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

ASSINE