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    ILUSTRAÇÃO: ©HERGE_MOULINSART

chegada

Até parece que o futuro foi ontem

O Brasil lançou o VSB-30 rumo aos confins do espaço sideral

Marcos Sá Corrêa | Edição 11, Agosto 2007

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Montado em sua coluna de fumaça, tendo como cenário o azul equatorial da tarde maranhense, o VSB-30 V04 decolou da Base de Alcântara como um quilométrico ponto de exclamação. De repente, como num passe de mágica, havia qualquer coisa no ar além dos aviões de carreira. Nunca-na-história-deste-país, como naqueles dezenove minutos de subida vertical, o Barão de Itararé foi tão profético. Dias antes, o brigadeiro José Carlos Pereira, da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária, a famigerada Infraero, admitira: “a malha aérea brasileira foi para o espaço”. E a resposta veio de foguete, a 7,2 mil quilômetros por hora, sete vezes mais ligeira que o som: o espaço, pelo menos, continuava em boas mãos.

O VSB-30 – para os enfronhados, Veículo de Sondagem Booster série 30 – zarpou no dia dezenove de julho. Passavam catorze minutos do meio-dia no instante da largada. Devido a acertos de última hora nos reatores, ele saiu atrasado uma semana. Sofrera seis adiamentos por mau tempo. São coisas que acontecem com qualquer passageiro de ponte aérea. O importante é que, na decolagem, o foguete brasileiro foi agraciado com céu límpido, sem nuvens, anil. Literalmente, um céu de brigadeiro.

Fazia quarenta e uma horas e meia que o Airbus da TAM, no vôo JJ-3054, explodira ao lado do aeroporto de Congonhas. E quatro anos que, em Alcântara, a explosão de um artefato semelhante no solo matara 21 pessoas. Com o VSB-30, a Agência Espacial Brasileira retomava, numa operação batizada de Cumã II, a conquista da camada superior da atmosfera terrestre. O veículo custou 1,25 milhão de dólares, ou 45 vezes menos que o Aerolula. Tinha a missão de subir 285 quilômetros – metade da altitude alcançada pelo Jupiter C, um disparo que deu certo nos Estados Unidos, há meio século, e acabou soterrado na história pelo êxito do Sputnik soviético. Previa-se que a Cumã II pusesse uma cápsula em órbita por cerca de seis minutos e meio. E isso ela fez, com alguns segundos de diferença que só interessam aos cientistas e aos chatos. Imediatamente, a página oficial do projeto publicava na internet o veredito: “Lançamento com sucesso”.

 

A notícia do triunfo brasileiro no Maranhão pousou, ao anoitecer da quinta-feira, sob as manchetes do desastre em São Paulo. Estava em boa companhia. A Bolsa de Valores acabara de superar os 48 mil pontos. O dólar baixara mais 0,32% diante do real. Ninguém precisa entender o que acontece nas alturas siderais do mercado financeiro para se sentir reconfortado por tamanhas evidências de que a vida continua, mesmo que venham dos índices de prosperidade alheia.

Ainda está para se inventar um artefato tecnológico tão futurista quanto um bom foguete. As missões espaciais podem parecer menos compreensíveis ao senso comum, desde que o homem pisou na Lua, há 38 anos. A Lua, sim, era um objetivo que qualquer um enxergava. Os alvos que vieram depois são meio abstratos. A Cumã II, por exemplo, levava a bordo equipamentos para nove experiências científicas, e nem por isso ficou claro, nos jornais, o que ela foi fazer lá em cima.

 

Na vida real, o que interessa mesmo é o foguete em si. Ele é um totem do futuro. Dá aos terráqueos a chance de ver, nem que seja por uma nesga de minutos, o que a espécie tem pela frente. Todo foguete traz o futuro de volta. E é um futuro muito mais confortável que a simples prosperidade, porque vem embalado em lembranças. O do VSB-30 é aquele futuro que se via da Terra em 1957, quando começou a corrida espacial.

 

Ano bom, o de 1957. Era tanta confiança sobrando, aqui embaixo, que a Lever lançou no Brasil uma pasta de dentes com “o exclusivo agente S.R.”. A Toddy anunciava seu achocolatado, pelas vozes das atrizes Norma Benguell e Márcia de Windsor, com a garantia de que ele “contém porque contém mesmo”. Tudo tinha fé pública. Nos Estados Unidos, o correio testaria pouco depois, com o Regulus I, o despacho de três mil cartas por foguete – a última palavra em via aérea. Elas saíram de um submarino no meio do Atlântico e atingiram a base militar de Mayport, na Flórida, e levaram o diretor do Correio, Arthur Summerfield, a decretar que ali começava uma nova era da correspondência.

Summerfield não podia adivinhar o e-mail. Mas, em retrospectiva, ajudou o escritor Bill Bryson, no livro Vida e Época de Kid Trovão, a pegar o espírito da época. “O importante era saber que poderíamos mandar a correspondência por míssil, se quiséssemos. Afinal, era tempo de sonhar”, escreveu Bryson.

Foi em 1957 que o Gallup registrou o ano mais feliz dos anais da pesquisa de opinião pública nos Estados Unidos. Provavelmente, os americanos foram entrevistados antes que os russos lhes jogassem em cima uma bola metálica de 82 quilos: o Sputnik. O Boeing 707, primeiro jato comercial americano, estava saindo do estaleiro. Em poucos meses, a gravação estereofônica e o videoteipe romperiam a casca dos laboratórios. Os cientistas publicavam o primeiro relatório sobre aquecimento global, mencionando um tal de efeito estufa. Em compensação, Fred Astaire filmou Meias de Seda com Cyd Charisse, e Elvis Presley gravou Teddy Bear. Em disco mono, evidentemente.

 

O Brasil vinha atrás, como é de costume. Mas vinha com pressa. Juscelino Kubitschek, o presidente dos “cinqüenta anos em cinco”, começava para valer as obras de Brasília. Em São Bernardo do Campo, as linhas de montagem da Volkswagen lançavam no mercado a primeira Kombi nacional. A cantora Elisete Cardoso ensaiava os primeiros acordes de bossa nova cantando Chega de Saudade. Suava nos gramados locais o time que ganharia, na Suécia, a Copa do Mundo de 1958.

Um mês depois do Sputnik, os soviéticos emplacaram o Sputnik II, com uma vira-lata de rua enjaulada num satélite artificial de 500 quilos. Os cientistas deram à cadela, no laboratório, o apelido de Kudryavka, “a dos pêlos revoltos”, mas ela ficaria na história com o nome de Laika, “a que late”. A aventura de Laika foi breve. Ela registra acelerações do pulso na partida, três refeições em órbita e a morte instantânea, aparentemente por eutanásia, antes de se desintegrar, junto com a cabine, ao reentrar na atmosfera. Mas o impacto de Laika nos Estados Unidos levou os americanos a sacarem o Vanguard, disparado de Cabo Canaveral antes que 1957 terminasse. O Vanguard se ergueu na plataforma menos de 1 metro, adernou e explodiu. No carnaval seguinte, os brasileiros pulariam ao som da marcha que convidava “o Tio Sam prum piquenique na ionosfera a bordo de um Sputnik. E ele, “cansado de levar tanta fubeca, pensou, pensou, pensou e lançou o Sputneka”. Essas coisas eram mais divertidas quando só aconteciam com os outros.

Depois que os astronautas da Apollo 11 pisaram na Lua, a corrida espacial perdeu a graça. Mas os prodigiosos foguetes dos anos 50 ainda trazem de volta as melhores recordações do tempo em que o Brasil era o país do futuro. O futuro passou. Ainda assim, o Brasil ousou desafiar o espaço com uma operação chamada Cumã II. Cumã, em tupi, quer dizer fuligem, coisa queimada. Mas isso já é outra história. Uma história que continua na seção Despedida.

Marcos Sá Corrêa
Marcos Sá Corrêa

Marcos Sá Corrêa é jornalista. Foi editor de piauí entre 2006 e 2011.

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