Chiziane, paparicada depois do Camões: “Tive propostas de costureiros para me vestir e de cabeleireiros para me pentear. Mas meu corpo não é cabide e adoro um penteado despenteado” CRÉDITO: ISADORA RIBEIRO_2022
Com a força da água
Uma visita à escritora moçambicana Paulina Chiziane, ganhadora do mais importante prêmio literário da língua portuguesa
José dos Remédios | Edição 192, Setembro 2022
De Maputo
Os termômetros registram 34ºC em Maputo. O calor, além de intenso, é muito úmido. Por isso, ninguém deveria sair de casa nesta tarde de fevereiro senão para fazer coisas indispensáveis. Mesmo assim, pelas ruas da capital moçambicana, no sudeste do continente africano, o movimento está acelerado. As paragens dos transportes, sem cobertura nenhuma, transbordam de gente. Às vezes, os pontos contam com a sombra abençoada de uma árvore ou um edifício. Na maioria dos casos, porém, nada os protege do Sol forte. Quem não pretende tomar algum rumo encontra-se ali para vender qualquer artigo que possa converter-se em pão à mesa. Uns negociam recargas de celulares e máscaras contra a Covid. Outros preferem tentar a sorte do lucro com bolachas e doces baratos ou roupas doadas por pessoas de vários cantos do mundo.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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