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    Sem perdão para cantantes asiáticos de um dos maiores sucessos de Ol’ Blue Eyes ILUSTRAÇÃO: CAIO BORGES_ESTÚDIO ONZE

chegada

Crítica radical

Alerta para quem se esbalda em karaokês: nas Filipinas, milicianos musicais mandam bala no peito dos desafinados que assassinam My way

Dorrit Harazim | Edição 42, Março 2010

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Frank Sinatra gravou mais de 1 500 canções ao longo de cinco décadas e nenhuma adquiriu vida tão singular quanto My way, que ele cantou pela primeira vez em 1969. Tanto que, segundo uma pesquisa do ano passado realizada em 30 mil enterros na Grã-Bretanha e na Irlanda do Norte, My way virou a trilha sonora preferida das cerimônias fúnebres daquelas paragens. Apenas a Escócia manteve a tradição de executar hinos religiosos na celebração de exéquias.

Agora o mundo foi alertado para o perigo que corre quem se arrisca a solar My way em algum karaokê nas Filipinas. Segundo uma reportagem publicada no New York Times no mês passado, uma série de crimes vem sendo praticada contra os cantores amadores. Os mortos em combate musical já passam de meia dúzia. Por precaução, a maioria das casas de karaokê de Manila retirou a música do cancioneiro oferecido aos clientes.

O caso mais recente foi o de Romy Baligula, de 29 anos, que soltava a voz no bar Jullives KTV de San Mateo, uma cidade de 185 mil habitantes na província de Rizal. A apresentação se aproximava, num crescendo ribombante, da parte apoteótica (I ate it up and spit it out/ I faced it all and I stood tall/ And did it my way!), quando um jovem robusto, agente de segurança da casa, acusou o pintassilgo de fim de semana de desafinar. Baligula prosseguiu, intrépido. O homem, inconformado, sacou da pistola calibre .38 que trazia à cintura e fez uma crítica radical: mandou bala no peito do desafinado.

 

Segundo o dono da academia de canto Center for Pop, de Manila, as “mortes My way” – como essa subcategoria de crime passou a ser designada pela imprensa filipina –, não podem ser sempre atribuídas à sensibilidade musical dos assassinos. Inúmeros outros clássicos imortalizados por Sinatra são sistematicamente massacrados mundo afora. E nem por isso seus intérpretes são massacrados também.

O problema poderia estar na versão inglesa da letra, de autoria de Paul Anka, feita sob medida para The Voice em 1968. “A letra gera um sentimento de orgulho e arrogância no intérprete, você se sente como se fosse alguém, quando, no fundo, você não é ninguém”, teoriza o filipino Butch Albarracin. “A letra esconde fracassos. Acaba provocando brigas.”

No seu nascedouro, My way nada tinha de arrogante. Aliás, sequer se chamava My way. A canção original é francesa e já no título resume a lassitude da letra: Comme d’habitude (Como de hábito, como sempre). Composta em 1967 por Gilles Thibaut e Claude François, o ídolo do romantismo jovem do mundo francófono de então, ela é um lamento sobre a mesmice de relacionamentos que já foram amorosos. Ouvida hoje, a interpretação do chansonnier pop de cabelo impermeável e jaqueta imaculada soa como um tributo à cafonice daqueles tempos brejeiros, a época dos Bee Gees, Ronnie Von, Rita Pavone e que tais.

 

 

A versão em inglês tem uma história mais animada. Paul Anka contou em uma entrevista que ela começou a nascer, em 1968, numa noitada com Frank Sinatra e “uns caras da Máfia”. Era a época em que o maior cantor popular do século XX circulava com espécimes como Carlo Gambino, Paul Castellano e Jimmy Fratianno, tutti buona gente. Durante o jantar, Sinatra falou que pensava em parar de cantar. “Estou cheio desse negócio, vou dar o fora”, teria dito Ol’ Blue Eyes.

Anka voltou para casa duplamente preocupado. Estava com 27 anos de idade, chegara ao estrelado instantâneo aos 16 com Diana, o infame megassucesso de adolescentes do mundo inteiro, e não queria perder o status de conviva do capo Frankie.

Canadense de nascimento, Paul Anka era bilíngue, conhecia bem Comme d´habitude. Ocorreu-lhe naquela noite reescrever a letra em inglês numa versão sob medida para Sinatra. Fez coisas prodigiosas como reduzir o título, de meia dúzia de sílabas coalhadas de consoantes, ao dissílabo vocálico My way, um convite insopitável ao dó de peito – e para os amadores, à desafinação.

 

“Usei uma linguagem que não usaria jamais em músicas minhas, coisas como I ate it up and spit it out [Comi e cuspi], mas era assim que Frankie falava”, contou o crooner. Entusiasmado, Sinatra vestiu música e letra como uma segunda pele e My way correu o mundo – foi gravada inclusive pelo Sex Pistols e Roberto Justus.

 

O vocábulo karaokê é de origem japonesa. Ele é um composto da forma abreviada de duas palavras: “kara”, que significa “vazio”, e “oke”, de okesutora, ou “orquestra”. Ele já consta da edição mais recente do Oxford English Dictionary e está dicionarizado em algumas das principais línguas vivas do mundo, inclusive no país mais arredio à incorporação de palavras estrangeiras, a França.

Os japoneses garantem que o karaokê foi usado pela primeira vez numa lanchonete de Kobe, a cidade mais receptiva às trocas com o Ocidente desde a abertura do seu porto ao comércio internacional, em meados do século XIX. Novidadeira e cosmopolita, Kobe costuma ser um laboratório para invenções que depois se alastram pelo planeta, como o supermercado, o macarrão instantâneo e os cartões magnéticos.

Na Ásia inteira, o karaokê serve de confessionário, divertimento, ferramenta de autoajuda, símbolo de status, vacina contra a vida corporativa e escape de problemas conjugais. É um entretenimento tão típico e difundido quanto a tevê na cultura brasileira.

Com um microfone na mão e o acompanhamento de uma orquestra eletrônica, qualquer sem-talento passou a poder ter seu momento de astro profissional. A tecnologia se desenvolveu e o karaokê pôde migrar de casas noturnas para instalações de uso doméstico. Não são poucas as casas asiáticas onde cada membro da família tem o seu kit karaokê (monitor com letra da música + microfone + videodisco).

Num país como as Filipinas, fanático por karaokê e chegado a um tiro – a última estatística dá conta que lá circulam mais de 1 milhão de armas de fogo ilegais – a letra inglesa, revanchista e insolente, é quase um apelo às reações extremadas. Em países com casas de madeira sem isolamento acústico e domicílios colados uns aos outros, a falta de afinação se torna mais aguda. Há dois anos, na Tailândia, um cidadão ficou tão enfurecido com vizinhos que, num karaokê caseiro, repetiam à exaustão Take me home, country roads, o nefando sucesso de John Denver, que fuzilou oito deles.

Dorrit Harazim
Dorrit Harazim

Jornalista, trabalhou nos principais veículos da imprensa brasileira e participou da criação da revista Veja e da piauí, na qual foi editora. Ganhou o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia. É colunista de O Globo e publicou O instante certo

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