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    Na melhor das hipóteses, teríamos sete anões melancólicos ─ e nenhuma vaga destinada a deficientes no estacionamento FOTO: AFP_GETTY IMAGES

humor

Escrever é fácil!

Basta morar na Califórnia. Ou você consegue imaginar sete anões felizes na úmida Czechoslováquia?

Steve Martin | Edição 7, Abril 2007

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Entre todas as artes, escrever é a maneira mais fácil, indolor e alegre de passar o tempo. Escrevo estas palavras, por exemplo, confortavelmente sentado em meu jardim de rosas, digitando no meu computador novo. Cada rosa representa uma história, de maneira que nunca me falta o que digitar. Basta olhar bem no coração de cada rosa, ler a sua história e depois escrevê-la. Eu poderia estar digitando kjfliu joew.mv jiw, e extrair disso prazer igual ao da digitação de palavras que fazem sentido, simplesmente porque adoro o movimento dos meus dedos nas teclas. É verdade que a angústia às vezes visita o escritor. Nesses momentos, paro de escrever e saio para relaxar e tomo um café no meu restaurante predileto, sabendo que as palavras podem ser modificadas, repensadas, manipuladas e, em último caso, negadas. Eis um luxo que os pintores não têm. Se eles saírem para tomar um café, a tinta seca e endurece.

O CENÁRIO

Gostaria de recomendar que todos os escritores morassem na Califórnia, porque aqui, entre um momento e outro em que fitamos o coração das rosas, sempre podemos contemplar o tranqüilizante céu azul. Tenho pena dos escritores – alguns deles bem famosos – que vivem em lugares como a Sul-América e a Czechoslováquia, onde imagino que seja muito úmido. É fácil identificar esses escritores. Seus livros quase sempre transbordam de doença e negatividade. Se você vai escrever sobre alguma doença, eu diria que o melhor lugar para isso é a Califórnia. O nanismo nunca teve muita graça, mas basta ver no que resultou quando virou tema na Califórnia: sete anões felizes. Alguém consegue imaginar sete anões na Tchecoslováquia? Na melhor das hipóteses, teríamos sete anões melancólicos – sete anões melancólicos e nenhuma vaga especial para deficientes no estacionamento.

 

O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA: POR QUE NÃO É UM BOM TÍTULO

Admito que O amor nos tempos do… é um ótimo título, até certo ponto. Você começa a ler e se sente feliz, porque ele fala de amor. E gosto da maneira como chega a palavra tempo – a sensação é boa, muito boa. Mas então aparece o cólera, tão mórbido! Até aí eu estava feliz. Por que não O amor nos tempos dos pássaros azuis, tão azuis? O amor nos tempos das feridas e das pústulas purulentas deve ter sido uma primeira versão que o autor usou, enquanto escrevia o livro numa casa infestada de ratos, usando uma Smith Corona antiga. Esse romancista, seja quem for, bem que poderia lucrar com umas duas semanas de horário de verão na costa do Pacífico.

UMA PEQUENA EXPERIÊNCIA

 

Selecionei o trecho abaixo, que só pode ter sido escrito em algum lugar muito deprimente, e tentei reescrevê-lo à luz da influência solar da Califórnia:

A maioria das pessoas se engana com duas crenças: acreditam na memória eterna (de pessoas, coisas, feitos, nações) e na reparação (de feitos, erros, pecados, enganos). As duas crenças são falsas. Na verdade, o oposto é que é real: tudo será esquecido, e nada será reparado. – Milan Kundera.

Sentado no meu jardim, vendo as abelhas pairando de flor em flor, deixei que o parágrafo acima se filtrasse através da minha mente. E o que emergiu foi o seguinte Parágrafo Novo:

 

Sinto-me lindo

Muito lindo

Sinto-me lindo, brilhante e bom.

Kundera foi verboso demais. Às vezes, a tecla “delete” é a melhor amiga do escritor.

BLOQUEIO CRIATIVO: UM MITO

O bloqueio criativo é um termo fantasioso inventado por gente que gosta de se queixar, só para ter uma boa desculpa para beber álcool. Claro que, às vezes, o escritor pode ficar entalado por algum tempo, mas quando isso acontece com um autor de peso – por exemplo um Sócrates, ou um Rodman – ele simplesmente arranja alguém para lhe contar a história, que será publicada com o adendo “conforme contada a”. A alternativa é apresentar o produto como “conforme ouvido de”, o que lhe dá todo o crédito. O outro truque, ao qual costumo recorrer sempre que sofro um entupimento momentâneo, é virtualmente infalível. Tenho o maior prazer em revelá-lo aqui. Basta abrir algum romance já publicado e encontrar uma frase que você ache ótima. Copie a frase no seu original. O normal é essa frase levar a outra, e dali a pouco as suas idéias começarem a fluir. Se não funcionar, basta copiar a frase seguinte do romance. Você pode usar com segurança até três frases de uma obra alheia – a menos que o autor seja seu amigo, caso em que não deve passar de duas. A probabilidade de você ser descoberto é muito pequena. E, mesmo que alguém descubra, você não vai cumprir tempo de cadeia.

UMA DEMONSTRAÇÃO DE COMO SE ESCREVE NA REALIDADE

É fácil falar sobre como se escreve, e mais fácil ainda escrever. Preste atenção:

Chamem-me Ishmael. Fazia frio, muito frio aqui nas montanhas do Kilimanjaro. Ouvi sinos. Eles dobravam. E eu sabia exatamente por quem os sinos dobravam. Era por mim, Ishmael Twist. [Nota do Autor: Agora fiquei entalado. Vou até uma rosa e olho no fundo do seu coração.] Isso mesmo, Ishmael Twist.

Eis um exemplo do que eu chamo de escrita “pura”, que ocorre quando não existe a menor possibilidade de transformação em roteiro cinematográfico. A escrita pura é a mais gratificante de todas, porque é constantemente acompanhada por uma voz que nos repete, “Por que estou escrevendo isso?” E então, só então, o escritor pode almejar a sua realização mais alta: ouvir a voz do leitor enunciando a sua pergunta complementar, “Por que estou lendo isso?”.

(Última frase escrita por Steve Martin conforme ouvida de Cindy Adams.)

Steve Martin

Steve Martin é ator e humorista americano.

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