CRÉDITO: ALLAN SIEBER_2022
Lula no país dos lunáticos
Apesar de tudo, pode dar certo. Mas estamos no fio da navalha
Fernando de Barros e Silva | Edição 196, Janeiro 2023
Jair Bolsonaro foi derrotado, o país tem um novo governo, ou, melhor, voltamos a ter governo no país. O fim do mundo foi adiado – e isso não é uma metáfora. A constatação de que a sobrevivência do planeta depende do que o Brasil fará daqui em diante com a Amazônia tornou-se um lugar-comum. A repercussão internacional de alívio e esperança com a vitória de Lula se deve, em primeiro lugar, a isso: a expectativa de que o país voltará a assumir a parte que lhe cabe nos esforços para desativar, ou pelo menos retardar, a bomba-relógio ambiental que o governo anterior havia posto para funcionar em ritmo alucinado.
Em segundo lugar, a vitória de Lula teve ressonância internacional porque ela responde a uma outra emergência – a democrática. Em 2018, ao eleger um genérico de Donald Trump, entramos oficialmente no rol dos países empenhados em promover a corrosão da democracia, até que ela, mais e mais desfigurada, fosse incapaz de se reconhecer no espelho. Cada país tem as suas especificidades, mas a receita de asfixia paulatina de instituições e de direitos virou uma espécie de commodity no mercado da política internacional.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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