UOL - O melhor conteúdo
  • INGRESSO.COM
  • UOL HOST
  • PAGBANK
  • CURSOS
  • UOL PLAY
  • UOL ADS
  • BUSCA
  • BATE-PAPO
  • EMAIL
A Revista piauí jogos
Podcasts
  • Todos os podcasts
  • Foro de Teresina
  • ALEXANDRE
  • A Terra é redonda (mesmo)
  • Sequestro da Amarelinha
  • Maria vai com as outras
  • Luz no fim da quarentena
  • Praia dos Ossos
  • Praia dos Ossos (bônus)
  • Retrato narrado
  • TOQVNQENPSSC
piauí recomenda
Dossiê piauí
  • O complexo_SUS
  • Marco Temporal
  • Má Alimentação à Brasileira
  • Pandora Papers
  • Arrabalde
  • Perfil
  • Cartas de Glasgow
  • Open Lux
  • Luanda Leaks
  • Debate piauí
  • Retrato Narrado
  • Implant Files
  • Eleições 2018
  • Anais das redes
  • Minhas casas, minha vida
  • Diz aí, mestre
  • Aqui mando eu
Especiais
  • Projeto Querino
  • Versos Negros
Eventos
  • Encontros piauí 2025
  • piauí na Flip
  • Encontros piauí 2024
  • Festival piauí 2023
  • Encontros piauí 2023
Herald Vídeos Lupa
Minha Conta
  • Meus dados
  • Artigos salvos
  • Logout
Faça seu login Assine
  • -
  • A Revista
  • piauí jogos
  • Podcasts
    • Todos os podcasts
    • Foro de Teresina
    • A Terra é redonda (mesmo)
    • Sequestro da Amarelinha
    • Maria vai com as outras
    • Luz no fim da quarentena
    • Praia dos Ossos
    • Praia dos Ossos (bônus)
    • Retrato narrado
    • TOQVNQENPSSC
  • piauí recomenda
  • Dossiê piauí
    • O complexo_SUS
    • Marco Temporal
    • Má Alimentação à Brasileira
    • Pandora Papers
    • Arrabalde
    • Perfil
    • Cartas de Glasgow
    • Open Lux
    • Luanda Leaks
    • Debate piauí
    • Retrato Narrado
    • Implant Files
    • Eleições 2018
    • Anais das redes
    • Minhas casas, minha vida
    • Diz aí, mestre
    • Aqui mando eu
  • Especiais
    • Projeto Querino
    • Versos Negros
  • Eventos
    • Encontros piauí 2025
    • piauí na Flip
    • Encontros piauí 2024
    • Festival piauí 2023
    • Encontros piauí 2023
  • Herald
  • Vídeos
  • Lupa
  • Meus dados
  • Artigos salvos
  • Logout
  • Faça seu login
minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

    "Qualidade sem resultados não tem sentido; resultados sem qualidade não têm graça", dizia Cruyff FOTO: EAMONN MCCABE_GETY IMAGES

obituário

O craque do futebol total

Dentro e fora do campo, Cruyff fez nascer um novo jeito de jogar bola

Marcelo de Paulos | Edição 115, Abril 2016

A+ A- A

“A Holanda não me preocupa. Estou pensando na final com a Alemanha.” Este foi o palpite do técnico Mário Zagallo para a partida que valia a última vaga na decisão da Copa de 1974. Os holandeses haviam passado por uruguaios e argentinos com autoridade e tinham a vantagem do empate, mas nenhuma tradição: duas participações anteriores em copas, com uma derrota em cada. E só.

Quem estivesse prestando atenção no futebol jogado na Europa naquele começo de década pensava diferente. O Ajax de Amsterdã havia conquistado três títulos europeus seguidos sob o sistema de “futebol total” do técnico Rinus Michels, que empregava jogadores sem posições fixas e uma ocupação sufocante dos espaços. O sucesso do sistema se baseava na genialidade de um atacante longilíneo, veloz, inteligente e de técnica apurada, dono da camisa 14. Hendrik Johannes “Johan” Cruyff já conquistara duas Ballon D’Or quando o mundial começou na Alemanha Ocidental.

No campo, os atletas de laranja pareciam uma matilha de lobos famintos pela bola. Ignoraram o pedigree brasileiro e evisceraram os tricampeões do mundo. Hoje talvez seja seguro afirmar que aquela derrota marcou o momento em que o Brasil perdeu o protagonismo no debate intelectual sobre o futebol. Por ter sido o líder daquela demolição – imposta ao time símbolo do futebol-arte –, Cruyff poderia ser confundido com um arauto do que estava por vir, um tempo em que prevaleceria o futebol-força. Nada mais equivocado.

 

Nascido em 1947, Cruyff começou a jogar pelo Ajax aos 10 anos e estreou no time principal aos 17, um ano antes da chegada de Michels. O técnico viria a ser o responsável, mais tarde, por convencer aquele que já era o melhor jogador do continente a assinar com um Barcelona em crise, enquanto os dirigentes do Ajax negociavam com o todo-poderoso Real Madrid. No Barça, Cruyff comandou uma goleada de 5 a 0 no campo do arquirrival e, já na primeira temporada, tirou o clube catalão de uma fila de catorze anos sem vencer La Liga (o Real levara nove taças). Recuperou a autoestima da Catalunha, a ponto de alguns observadores darem-lhe crédito por estremecer a já cambaleante ditadura do general Franco, notório apoiador madrilista. Dos torcedores do Barça, recebeu a representativa alcunha de “Redentor”.

Perdeu a final da Copa de 1974 para a anfitriã Alemanha, e acabou abrindo mão de disputar a Copa de 1978, depois que sua família sofreu uma tentativa de sequestro. “Quando se perde a alegria, é difícil suportar a pressão”, explicou. Fracassou miseravelmente num negócio de criação de porcos e foi fazer caixa jogando nos Estados Unidos, na mesma liga do Cosmos de Pelé. Aos 34 anos, voltou para o Ajax, onde se provou novamente. Dois anos depois, teve a renovação negada. Assinou com o arquirrival Feyenoord, e venceu o campeonato e a copa holandeses daquela temporada.

Cruyff estreou como técnico no Ajax, onde estendeu seu sistema de “futebol total” às divisões de base, responsável por formar jogadores como Van Basten, Rijkaard, Bergkamp, Overmars, Kluivert, Koeman e Seedorf. Seu clube de infância é hoje o maior campeão holandês e uma potência continental.

 

No Barcelona, sua filosofia – palavra desgastada como sinônimo de “tática”, mas que reencontra seu significado no futebol de Cruyff – plantou raízes profundas. Chegou em 1988 a um time mais uma vez em crise, contornou um motim dos atletas contra o presidente, montou aquele que até hoje é chamado de Dream Team e conquistou o primeiro título europeu para o clube, em 1992. Outras glórias vieram, mas a transformação mais profunda ocorreu em La Masía, a academia de base do Barça: lá atletas como Guardiola, Xavi, Fàbregas, Iniesta, Puyol, Piqué e Messi foram moldados no estilo “cruyffista”, um equilíbrio de técnica, movimento, ritmo e flexibilidade, que hoje inspira o melhor do futebol mundial.

 

Herdeiro de um povo que tem aversão ao não essencial e à ostentação, Cruyff defendeu um olhar bem holandês para a beleza no futebol, da qual foi sempre devoto: “A jogada mais simples é também a mais bela.” Mesmo assim, deixou obras-primas, como o “gol fantasma” contra o Atlético de Madrid em 1974 e o gol por cobertura que fez na sua reestreia pelo Ajax, depois de driblar dois adversários. Mas defendia que a beleza não devia ser um fim em si mesmo. Afirmava nunca ter feito malabarismos com a bola em intervalos nos treinos. Segundo Cruyff, “qualidade sem resultados não tem sentido; resultados sem qualidade não têm graça”.

A sentença pesa como uma condenação do futebol brasileiro desde aquela derrota para a Holanda: em meio a fracassos mais retumbantes, nossas duas seleções que encantaram o mundo (as de 1982 e de 2006) falharam em fases intermediárias de suas respectivas copas, e os dois times do Brasil campeões do mundo nesse período se apoiaram em retrancas estéreis com lampejos individuais de craques que, aliás, haviam feito suas estrelas nos campos da Holanda e da Espanha.

 

É possível que Cruyff tenha colaborado para o abismo que o 7 a 1 para a Alemanha evidenciou. Mas não do nosso lado: embora carrasco da execução que nos lançou numa crise bipolar de identidade futebolística, Cruyff não tem responsabilidade pela miséria organizacional do futebol brasileiro ou pela indigência intelectual de seus profissionais. Sua contribuição nítida é na “Renascença” do futebol europeu, ainda que ninguém possa receber sozinho os louros por inventar o futebol moderno. Como afirmou Gary Lineker, artilheiro da Copa de 1986 e seu atleta no Barça, “ele fez mais pela beleza do jogo do que qualquer pessoa na história”, talvez sugerindo que o apelido de Redentor devesse ser usado por mais fãs do que somente aqueles do clube catalão.

Por ter perdido uma final de Copa do Mundo e se recusado a jogar a Copa seguinte, Cruyff costuma ser sacrificado no altar de uma visão, profusa no Brasil, de que somente os vencedores de copas têm lugar entre os grandes. Se assim for, o craque não terá sido o primeiro holandês chamado Johannes a ser injustiçado pela história: foi somente dois séculos depois de sua morte que Vermeer passou a ser considerado um dos grandes da pintura. Que a posteridade seja mais justa com Cruyff.

Marcelo de Paulos

Marcelo de Paulos é publicitário flamenguista com experiência no negócio do esporte no Brasil. Atuou como consultor de marketing da piauí

Leia Mais

obituário

A diva do improviso vocal

Cantora Leny Andrade morre no Rio aos 80 anos

24 jul 2023_18h02
obituário

“A melodia é o que fica”

João Donato, ícone da MPB, morre aos 88 anos no Rio

17 jul 2023_14h02
obituário

Zé Celso, o diretor que forjou o teatro mais brasileiro

Como o criador do Oficina revolucionou os palcos nacionais, além de formar gerações de atores e diretores

06 jul 2023_18h39
PIAUI_223
  • NA REVISTA
  • Edição do Mês
  • Esquinas
  • Cartuns
  • RÁDIO PIAUÍ
  • Foro de Teresina
  • A Terra é redonda (mesmo)
  • Maria vai com as outras
  • Luz no fim da quarentena
  • Praia dos Ossos
  • Praia dos Ossos (bônus)
  • Retrato narrado
  • TOQVNQENPSSC
  • ESPECIAIS
  • Eleições 2022
  • má alimentação à brasileira
  • Pandora Papers
  • Arrabalde
  • Igualdades
  • Open Lux
  • Luanda Leaks
  • Debate piauí
  • Retrato Narrado – Extras
  • Implant Files
  • Anais das redes
  • Minhas casas, minha vida
  • Diz aí, mestre
  • Aqui mando eu
  • HERALD
  • QUESTÕES CINEMATOGRÁFICAS
  • EVENTOS
  • AGÊNCIA LUPA
  • EXPEDIENTE
  • QUEM FAZ
  • MANUAL DE REDAÇÃO
  • TERMOS DE USO
  • POLÍTICA DE PRIVACIDADE
  • In English
    En Español
  • Login
  • Anuncie
  • Fale conosco
  • Assine
Siga-nos

WhatsApp – SAC: [11] 3584 9200
Renovação: 0800 775 2112
Segunda a sexta, 9h às 17h30