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O reino e o poder de Celso Amorim

    Celso Amorim: “Seja a rodada do Uruguai, a de Doha, o Irã… me perguntam: ‘Você vai mesmo fazer isso? Não tem chance!’ Mas eu não olho para o lado da escuridão. Eu olho para a brecha” CRÉDITO: DIEGO BRESANI_2023

anais da guerra e da diplomacia I

O reino e o poder de Celso Amorim

Como o chanceler mais longevo da história do Brasil se dedica a dar uma voz global ao país e se transformou numa peça fundamental do governo Lula

Ana Clara Costa | Edição 206, Novembro 2023

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O Natal de 2008 mal havia passado quando o então chanceler Celso Amorim, que passava o recesso de fim de ano com a família no Rio de Janeiro, foi chamado às pressas para Brasília. Sua missão era gerir uma crise que estourara a mais de 10 mil km dali. No dia 27 de dezembro, Israel bombardeara a Faixa de Gaza, o enclave palestino controlado pelo Hamas, em meio às tratativas para um acordo de paz, iniciadas um ano antes na Cúpula de Annapolis, nos Estados Unidos.

O Brasil não tinha papel relevante nas negociações de paz no Oriente Médio, mas o presidente Lula, então no exercício de seu segundo mandato, estava indignado. Primeiro, porque Israel ignorara os compromissos selados em Annapolis. Segundo, porque a comunidade internacional estava apática diante do que Lula classificou como “carnificina” dos palestinos. O presidente cogitou que se convocasse uma “reunião especial” dos países do grupo de Annapolis para tratar do tema.

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