Homero Velho, no camarim do Theatro Municipal de São Paulo: “O fato de o personagem Veludo ser homossexual é um desafio em si. Papéis explicitamente homossexuais são raros na ópera” CRÉDITO: RAFAEL SALVADOR_2022
A ópera e o hospício
Um barítono conta sua participação em Navalha na Carne, baseada na peça de Plínio Marcos
Homero Velho | Edição 194, Novembro 2022
12 DE JANEIRO de 2022, QUARTA-FEIRA_Hoje assinei oficialmente o contrato para Navalha na Carne, uma ópera baseada na peça homônima de Plínio Marcos. As salas de espetáculo estão reabrindo, e a encenação será no Theatro Municipal de São Paulo, junto com outra ópera, Homens de Papel, também a partir de uma peça do dramaturgo.
Sou cantor de ópera. Não há muitos que atuam nesse ramo no Brasil. Emprego fixo como cantor lírico no país só se encontra em coros profissionais, que por aqui são raros: não passam de sete ou oito. A maior parte dos cantores líricos é freelancer. Para sobreviver, precisam trabalhar como professores, dando aulas particulares ou em escolas de música, como é o meu caso. Sou também professor de canto lírico na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a pandemia, eu rezava todos os dias (metaforicamente), agradecido por ter um salário fixo. Gosto de meu emprego como professor, mas não há nada parecido com o palco.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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