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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2022

esquina

Pequenos guardiões

Agricultores preservam sementes crioulas no Sul

Nina Rocha | Edição 188, Maio 2022

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Milho-roxo, quiabo-vermelho e feijão-rosa-rajado são algumas das setenta espécies de sementes crioulas guardadas como tesouros na casa de uma dupla de agricultores em Rolante (RS), cidade com 20 mil habitantes a menos de duas horas de Porto Alegre. Bem protegidas, elas aguardam a conclusão das obras de um berçário, no qual serão armazenadas adequadamente até se tornarem mudas férteis, capazes de germinar mais sementes.

As variedades crioulas são pouco utilizadas na agricultura convencional, e têm sabores, formatos e texturas às vezes bem diferentes dos tipos mais conhecidos na culinária. A ideia da Casa das Sementes Vivas é reunir uma amostra do patrimônio genético dessas variedades para propagar sua cultura entre lavradores e entusiastas da agroecologia, permitindo-lhes escapar da submissão às sementes comerciais favorecidas pelo agronegócio.

O projeto lembra, em escala mais modesta, o Silo Global de Sementes de Svalbard, na Noruega. Construído no interior de uma montanha rodeada por geleiras, o depósito europeu é uma grande instalação de concreto que preserva quase 1 milhão de sementes de plantas essenciais à sobrevivência humana em caso de aniquilação irreparável de biodiversidades regionais.

 

Na cidade gaúcha, as sementes serão guardadas em uma construção octogonal feita em barro com pouco mais de 25 m², viabilizada por um financiamento coletivo apoiado por 189 pessoas. Foram arrecadados 26 mil reais, soma que possibilitará que as sementes sejam acolhidas em condições ideais e as plantas cresçam saudáveis no viveiro, graças a uma estufa, um sistema de irrigação, um controle de ventilação e um secador, necessário por causa do clima úmido da região.

 

Cuidar de sementes para valorizar saberes tradicionais e proteger a biodiversidade não é novidade. A prática de armazenar grãos é parte de uma cultura agrícola milenar e torna-se fundamental para preservar espécies naturais, passadas de geração em geração, que ainda não foram contaminadas por genes híbridos e transgênicos. Por trás dessa preservação, estão os guardiões de sementes, cultivadores que se dedicam a proteger e plantar espécies que correm o risco de desaparecer da nossa flora. Alguns já se dedicam ao trabalho de conservação há décadas, mas a causa também poliniza entusiasmo em agricultores mais jovens.

Uma das idealizadoras do projeto do banco de sementes de Rolante, Alícia Ganzo se encantou pela horticultura ainda criança e trocou a vida urbana na capital gaúcha pelo campo há pouco mais de dois anos. A agricultora de 21 anos começou a se aproximar da agroecologia a partir do contato com famílias produtoras em feiras de Porto Alegre. Ela comenta que, no século passado, a maior parte dos lavradores não precisava recorrer ao comércio para plantar as espécies do mês. “Todos os agricultores e suas famílias eram guardiões”, diz. “Hoje temos um cenário onde é preciso comprar todo ano sementes que já vêm com veneno. Por serem híbridas e transgênicas, é impossível que a pessoa possa comprar só uma vez e reproduzi-las com seu próprio trabalho. Os povos do campo não são mais guardiões, e sim consumidores.”

 

Com pastos de gado e monoculturas tomando as lavouras, a variedade de espécies disponíveis para plantio acaba se tornando restrita. Dados de pesquisadores da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ibpes) apontam que 75% da diversidade genética das culturas agrícolas que alimentam o ser humano foi extinta no último século.

As sementes crioulas ainda conservam um resquício dessa abundância, e Ganzo explica que elas são mais do que variedades com cores diferentes. “Todas essas espécies têm nutrientes distintos. A batata-doce-laranja, por exemplo, tem muito mais betacaroteno do que as outras, enquanto as batatas-doces-roxas têm outras proteínas. A gente vai perdendo a cultura alimentar”, diz a agricultora, que cuida do plantio e manutenção de um terreno de 4 hectares junto de seu companheiro, Pedro Henriques, de 28 anos.

 

A dupla acredita que a partilha deve ser o princípio fundamental a orientar os guardiões de sementes. Enquanto não finalizam a Casa das Sementes Vivas com a ajuda da mão de obra voluntária, Ganzo e Henriques visitam os agricultores da zona rural sempre com sementes guardadas no bolso. “Quando vamos visitar um vizinho, a gente leva e fala: ‘Olha essa variedade.’ E a pessoa acaba dizendo que tem essa outra que talvez interesse. A troca é muito natural. Tem grupos no WhatsApp e no Facebook com gente do Brasil inteiro”, conta Henriques.

 

Após concluir a construção, o casal espera que o lugar seja uma referência para a população local, um espaço dedicado à multiplicação de espécies e à troca de conhecimentos, como planeja Henriques: “Não queremos que as sementes fiquem invisíveis, porque o banco e o viveiro não são particulares nossos. Estamos propondo um trabalho com a comunidade. Queremos que crianças, adolescentes, estudantes venham aqui para entender o que é uma semente, como se cuida, porque ela é importante. Ter um pouco da vivência de aproximação com o campo.”

Mesmo diante das proporções gigantescas do agronegócio no Sul e o entendimento da escala local da iniciativa, a participação e o interesse da comunidade provocam nos agricultores o desejo de seguir semeando contra os ventos da produção latifundiária. “Seria muito legal se os jovens ‘viralizassem’ as sementes crioulas. Temos certa esperança de que por meio de cada sementinha que a gente tem, vamos conseguir fazer muitas outras”, diz Henriques.

Nina Rocha

Jornalista e escritora, publicou o livro de poemas Em Obras (Urutau) e a coletânea de contos Papéis (edição da autora)

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