No CAIRO, a miséria subiu no telhado. Com uma população de 17 milhões, a capital do Egito inventou um novo tipo de favelas. Centenas de milhares de pessoas fazem seus barracos na cobertura de velhos prédios no centro da cidade. Eles chegam a suas casas pelas escadas de serviço, sem cruzar com os moradores oficiais e legalizados. A prefeitura já tentou remover os casebres várias vezes. Não conseguiu.
FOTO: DENIS DAILLEUX_AGENCE VU_BRAINPIX
Uma das explicações da origem do nome Morumbi é que viria do indígena
mará-obi, ou “peleja oculta”. No Morumbi, em
SÃO PAULO, a peleja não é tão oculta. Do lado direito da foto está um prédio típico do bairro, com uma piscina por varanda. Do lado esquerdo estão construções também típicas do bairro, os barracos de Paraisópolis. A segunda maior favela da cidade tem 80 mil pessoas. E é só uma das 2018 favelas paulistanas. Do 1 bilhão de favelados do mundo, São Paulo contribui com 1 milhão.
FOTO: TUCA VIEIRA_FOLHA IMAGEM
Em
ULAN BATOR, capital da Mongólia, cerca de 60% da população, de 1 milhão de habitantes, vivem em tendas (abaixo, atrás do cemitério). Os “gers”, barracos mongóis, são cobertos de feltro, para protegerem seus moradores de temperaturas de até 30 graus negativos, que fazem dela a capital mais fria do mundo. A estrutura das tendas é de lona, para que possam ser desmontadas com rapidez, ao sabor das secas e nevascas, que destroem rebanhos e plantações. Na Mongólia, o circo da miséria não pode parar, e uma família se muda até trinta vezes por ano.
FOTO: CARL DE KEUZER_MAGNUM PHOTOS
LAS VEGAS não é mais aquela cidade que Tom Wolfe descreveu como a única do mundo cuja silhueta não é feita de edifícios nem de árvores, mas de letreiros. Os cassinos continuam por lá, mas hoje Las Vegas é sinônimo de explosão demográfica. Atraídas por baixos impostos e isenção de taxas, milhares de empresas se instalaram recentemente no estado de Nevada — e com elas chegaram milhares de trabalhadores. Somente na década de 1990, a população da área metropolitana de Las Vegas cresceu 83%.
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Apelidado de BedZED, um conjunto de prédios no subúrbio de Beddington, ao sul de
LONDRES, é um exemplo de conjunto habitacional ecologicamente correto. Feito com aço reutilizado e madeira de reflorestamento, o conjunto tem um sistema de aquecimento que usa 10% da energia necessária para aquecer uma casa convencional. A água usada nos 82 apartamentos é reaproveitada da chuva.
FOTO: RAF MAKDA_VIEW PICTURES
O conjunto habitacional La cité des 4000 foi construído em 1957 em La Courneuve, subúrbio de Seine Saint-Denis, ao norte de
PARIS. A massa de concreto com quatro mil apartamentos chegou a ser considerada um modelo da arquitetura urbana moderna. Cinquenta anos depois, o edifício Balzac é o último prédio que restou. Em 2010 ele deverá seguir o mesmo caminho dos demais: será implodido. La cité virou símbolo da estagnação e desumanidade do subúrbios parisienses.
FOTO: PATRICK TOURNEBOEUF_TENDANCE FLOUE