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Santa Catarina e a multiplicação de células neonazistas

    Células do ódio: a proliferação de grupos neonazistas em Santa Catarina e outros estados do Brasil é indissociável da atual ascensão de ideias reacionárias nas democracias ocidentais CRÉDITO: VITO QUINTANS_2023

capítulos do nazismo I

Santa Catarina e a multiplicação de células neonazistas

Extremistas no estado representam mais de um quatro dos 1 117 grupos catalogados no Brasil

Felippe Aníbal | Edição 200, Maio 2023

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À medida que o comboio de cinco viaturas da Polícia Civil avançava pelas estradas de terra, molhadas pela garoa fina que caía no fim da madrugada de 14 de novembro passado, o delegado Arthur de Oliveira Lopes sentia-se mais ansioso. Aquela era até então a operação mais importante da Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância (DRRDI), unidade criada oito meses antes para conter o avanço de células neonazistas em Santa Catarina. Nos dias anteriores, as investigações descobriram que integrantes de um desses grupos promoveriam um encontro secreto naquele fim de semana, em um sítio na bucólica São Pedro de Alcântara, na Região Metropolitana de Florianópolis. O objetivo da ação era algo raro de se conseguir em uma operação policial: surpreender os suspei­tos em flagrante.

Ao amanhecer, os carros foram discretamente estacionados a cerca de 200 metros da entrada do sítio. Oliveira Lopes dividiu os dezesseis policiais em dois grupos e, por lados opostos, eles contornaram o sobrado, no centro da propriedade. Ao comando do delegado, um agente arrombou a porta principal, e os policiais invadiram a residência para cumprir o mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Oito homens que dormiam na casa – cinco em cômodos inferiores e três na parte de cima – foram acordados pela ação dos agentes. Ninguém reagiu. Foram colocados na varanda, de joelhos, e algemados com as mãos para trás. O delegado relaxou, mas ainda teria surpresas pelo caminho.

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