"Me ofendem quando dizem que vou tirar voto da Marta e, manipulada pelo Serra, estou na campanha só por isso. Voto não tem dono" FOTO: EGBERTO NOGUEIRA_ÍMÃ FOTOGALERIA
Soninha, a dispersiva
Pós-petista, a socialista e budista que defende causas da juventude parte de moto em busca da Prefeitura de São Paulo
Luiz Maklouf Carvalho | Edição 22, Julho 2008
Júlia, uma garota de 12 anos, já se apronta sozinha para ir de manhã à escola. Mas, por solidariedade na sonolência, sua mãe, a vereadora paulistana Sônia Francine Gaspar Marmo, acorda antes das 7 horas. Depois que a filha sai na perua escolar, ela medita meia hora diante de um altar budista. Decorado com estátuas e tigelinhas de oferenda, o altar fica no 2º andar de uma cobertura na Vila Pompéia, bairro de classe média na zona oeste onde mora há dois anos. Praticante há uma década, continua com dificuldade para se concentrar na meditação. “Eu disperso facilmente, e toda hora tenho que recolher a pipa”, contou.
Foi o pai de Júlia quem a converteu do catolicismo ao budismo. “Eu era muito mais neurótica, mais depressiva, muito mais frustrada, e melhorei com o budismo”, disse a vereadora, que é chamada de Soninha desde a infância. “Mas ultimamente retrocedi, voltei a ser estressada e depressiva.” O estresse e a depressão, ela acha, se devem ao fim do seu segundo casamento e às decisões políticas que a levaram a se candidatar ao cargo de prefeita de São Paulo.
Embora tenha um Corsa Hatch novo na garagem, nos dias úteis ela prefere andar de moto. Pouco depois das 8 horas de uma quinta-feira de junho, ela saiu do prédio na sua Cross NX 150 vestindo tênis, jeans, camisa preta, colar vermelho, malha vinho, casaco preto e um cachecol que combina com tudo. Ante a observação que usava roupas de grife, se apressou em explicar que “é tudo de brechó, a 10 real“. A moto parece grande para o 1,66 metro e 56 quilos da piloto, mas o seu estilo esportivo combina bem com o rosto expressivo e o ar atrevido que ela expõe ao tirar o capacete. Faz parte do seu figurino esbanjar palavrões com um ímpeto adolescente.
Soninha não aparenta seus 40 anos. Raquel, a primogênita de suas três filhas, é uma bióloga de 24 anos. “Engravidei com 15 anos, quando tinha uma vida sexual e afetiva superestável e feliz”, disse. “Naquela época, camisinha não fazia parte do nosso repertório.” A filha do meio, Sarah, tem 21 anos e estuda publicidade. As duas são do primeiro casamento, que acabou em 1990. Júlia é filha do produtor musical Marcelo Terra, de quem Soninha se separou há um ano e meio. Em 2004, a caçula teve leucemia e se curou. Raquel e Júlia moram com Soninha, no duplex alugado por 1 700 reais, e Sarah vive com o pai.
O primeiro compromisso do dia foi uma sessão com a psicóloga com quem trata sua segunda crise depressiva. A primeira vai longe: começou com um pesadelo logo depois do nascimento da segunda filha. “Sonhei que a minha mãe tinha morrido sem ter conseguido realizar muita coisa”, contou Soninha. “Foram seis meses de angústia, me perguntando: se a gente vai morrer, para que viver? É absolutamente fútil e inútil tudo o que você faça.”
A crise atual começou com o fim do casamento (“Dez anos ótimos e um de grande dificuldade.”), e sua saída do Partido dos Trabalhadores, em setembro. “Senti incapacidade de lidar com os meus limites, com as adversidades”, explicou. “Fui tragada pelo ralo da frustração, do ódio contra o mundo, da irritabilidade doentia. Procurei a psicóloga quando já não sabia bem o que é que queria fazer.”
Soninha está em sexto lugar nas pesquisas de intenção de voto para prefeito — depois de Marta Suplicy, Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab, Paulo Maluf e Luiza Erundina. Sua meta é chegar à quinta posição. “Assim, eu entro no debate da Globo, mudo a pauta da discussão e vou para o segundo turno”, disse, simples assim, na bagunça do seu gabinete, no 3º andar da Câmara Municipal. É um gabinete com quatro salas, onde trabalham dezoito assessores e se contam vinte computadores. Na sala dela, papéis e livros, além de máscaras chinesas e um cocar, se amontoam em duas mesas, nas quais não há espaço nem para apoiar os cotovelos. Há uma bola de basquete no chão, para a eventualidade de poder treinar em uma quadra próxima.
A vereadora costuma almoçar num restaurante árabe por quilo, nas imediações. No trajeto, brincou com crianças, dando e pedindo beijos. À tarde, no plenário, deu pouca atenção ao discurso do cantor e vereador Agnaldo Timóteo. Ela dava telefonemas enquanto, de terno branco e um sobretudo que lhe caia até o meio das canelas, o malufista-neolulista criticava “jornalistas da TV Globo” pelos “ataques” à ministra Dilma Rousseff no caso da venda da Varig.
Formada em cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, Soninha Francine foi professora de inglês, a mesma profissão de sua mãe. O avô materno, português anticomunista, defendia a ditadura militar. Soninha puxou à mãe, que tem 61 anos, é libertária e feminista. Começou a ficar célebre nos anos 90, quando foi produtora, redatora, diretora e apresentadora de programas de televisão, entre eles o Barraco MTV.
A fama cresceu por conta de uma capa da revista Época, em 2001, na qual sua foto aparecia, entre outras, encimada pela frase “Eu fumo maconha”. Na reportagem, ela disse: “Infelizmente, muitos vão entender errado e achar que passei a ser um modelo negativo porque resolvi dizer que gosto dos efeitos da maconha. Fumo muito pouco, em festas ou casa de amigos. Não incentivo ninguém a fumar. Mas devemos falar disso porque é um problema seríssimo.”
A Cultura, emissora de tevê na qual apresentava um programa para jovens, emitiu uma nota oficial de condenação e a demitiu. Habitualmente, Soninha tem uma gesticulação elétrica e fala com velocidade rap. Ao lembrar o assunto, a agitação e a rapidez se aceleraram. “Dei a entrevista para combater o preconceito e o estigma e para estimular o debate a respeito das drogas”, disse. “Não sabia que a revista ia dar a minha foto na capa, dizendo ‘Eu fumo maconha’, e muito menos que ia virar outdoor. Achei errado, abri um processo, mas já perdi em duas instâncias.” Disse também que parou de fumar maconha em 2004 “porque não combinava com a minha religião”, e continua a defender a descriminalização da droga, sob certas condições.
Além de vereadora, Soninha é colunista da Folha de S. Paulo e da revista Vida Simples, e, duas vezes por semana, apresenta um programa de esportes na ESPN. Nos seus dois blogs, os posts misturam política, meio ambiente, cultura, esporte e, às vezes, vida pessoal. “Já mudei pra caralho de idéia, e isso tem um custo, mas gosto de escrever e não tenho medo de expor o que penso”, disse.
Tais como expostas nos blogs, suas opiniões não chegam a configurar um ideário articulado e, muito menos, uma plataforma política para gerir uma metrópole como São Paulo. Ela disse que está estudando os problemas da cidade e, no tempo oportuno, apresentará seu programa de governo. “Minha campanha vai fazer diferença porque vou discutir os problemas da cidade em toda a sua complexidade”, prometeu.
Soninha se define politicamente como socialista. Mas não daquelas em que a teoria e a tradição da esquerda guiam as ações de longo prazo, visando à reforma do capitalismo ou à revolução. Prefere as causas imediatas e concretas, mesmo que de alcance reduzido. Para exemplificar, contou que foi diretamente ao secretário estadual de Transportes para reivindicar que o metrô ficasse aberto até mais tarde. Conseguiu mais uma hora de funcionamento — mas somente às sextas-feiras, o dia em que jovens saem à noite para festas, cinema e baladas.
Entre as leis que conseguiu aprovar, uma obriga casas noturnas a instalarem bebedouros. Um dos objetivos, segundo a justificativa apresentada por Soninha, é reduzir os danos aos usuários de drogas, a começar pelo ecstasy, “propiciando a necessária hidratação com vistas a preservar a integridade física”. Um outro projeto, ainda em tramitação, desobriga o uso de gravata no plenário da Câmara. Sozinha, ou com vereadores do PT, ela assina projetos que buscam melhorar o meio ambiente, a saúde, o trânsito, o envolvimento de jovens com esporte e a ajuda a rádios comunitárias. “A política é uma coisa de idealistas, de pessoas que querem mudar o mundo, como eu”, afirmou.
A candidata se disse “fundadora do PT”, mas eleitora e simpatizante seriam termos mais precisos. Ela se filiou em 2003, mais de duas décadas após a criação do partido, para disputar a eleição do ano seguinte, na qual foi eleita vereadora com 51 mil votos. Tentou ser deputada federal em 2006, mas sua votação caiu e não se elegeu. No escândalo do mensalão, defendeu num blog o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu: “Se o Roberto Jefferson odeia tanto o Zé Dirceu, eu gosto mais do Zé do que antes.”
Aproveitando o sol das 11 horas no terraço suspenso do Centro Cultural São Paulo, pensou duas vezes antes de falar sobre Dirceu. “O assunto é muito sério”, respondeu, ganhando tempo. “Me vem à idéia um jogo bruto que algumas pessoas fazem na política e que eu acho que ele fez. Mas isso não o transforma no maior vilão de todos os tempos. Ele se expõe ‘pra cacete’. É um bulldozer. Vai para a guerra num carro preto e blindado.”
Foi o José Dirceu ministro quem a levou ao único encontro que teve com o presidente Lula. Soninha, o comentarista esportivo Juca Kfouri e o jogador Sócrates foram se encontrar com Dirceu, no gabinete da Presidência da República em São Paulo, para apontar defeitos na regulamentação do jogo Timemania. O ministro concordou com a avaliação deles e os levou para ver o presidente, que despachava na sala ao lado. “Não adiantou nada: o decreto que regulamentou o jogo saiu com todos os erros”, contou ela.
Ela dá “entre 5 e 6” quando se pede uma nota para o governo Lula. Se a pergunta é sobre Marta Suplicy, candidata com a qual pretende se antagonizar nas próximas eleições, Soninha primeiro elogiou a sua “coragem de enfrentar temas delicados e a vaidade positiva de querer fazer coisas pelos pobres”. Depois atacou: “A Marta é muito autoritária e rancorosa, no sentido de transformar desavenças políticas em questões pessoais. Acham que saí do PT é porque rompi com a Marta e passei para o outro lado. Não é verdade. Eu nunca fui da tropa de choque do grupo da Marta.”
Por que, então, saiu do PT? Soninha contou que sua decepção com a maioria da bancada municipal do partido foi imediata: “Na nossa primeira reunião, para a eleição da Mesa Diretora, vi que a nossa chapa incluía o Agnaldo Timóteo e o Wadi Mutran, gente que defendia a ditadura militar. E eu só admirava o PT porque esses caras eram adversários.” Por que não saiu logo, e só no terceiro ano de mandato, mais de um ano depois do mensalão vir à tona e vários meses após o escândalo dos aloprados? “Porque não é na primeira briga que a gente termina uma relação”, respondeu.
Como se mantinha à distância da vida orgânica e das disputas entre as tendências, a ruptura com o partido se deveu mais a questões municipais circunscritas do que a temas de dimensão nacional. “Em dez horas por dia como vereadora, vi o PT muito de perto — e ele claramente deixou de ser o partido do qual eu quis fazer parte”, disse. “Quando você vira dissidente numa minoria, não vale mais a pena, é sinal de que não pertence mais àquele grupo.”
No ano passado, Soninha se aproximou do Partido Popular Socialista, o PPS, cuja origem é o finado Partido Comunista Brasileiro. Como Maurício Huertas, o secretário de Comunicação do partido, elogiou a atuação dela, os dois se sentaram para conversar. Huertas contou que, no encontro, Soninha parecia desiludida não só com o PT como com a política partidária. Ele disse a Soninha que não a queria no PPS para garantir uma cadeira na Câmara Municipal, e sim para “requalificar o debate político na cidade”. Ou seja: queria que fosse a candidata do partido à Prefeitura. Meses depois, num almoço em São Paulo, o presidente nacional do PPS, o ex-senador Roberto Freire, selou o acordo com a vereadora.
“Soninha tem boa formação política, é uma pessoa séria e tem algo de inovador: a modernidade e o olhar feminino”, disse Freire. “O acordo foi bom para o partido, que ganha espaço em São Paulo, e bom também para ela, que estava muito incomodada no PT e queria ser candidata.” Para a candidata, a campanha eleitoral não se destina a “ganhar espaço” para o PPS ou divulgar as idéias dela. “Eu quero o Poder Executivo”, disse.
Soninha se irritou com notas na imprensa e na internet dizendo que o governador José Serra articulou secretamente a sua candidatura. Nas notas, se avaliava que ela tenderia a tirar votos de Marta Suplicy, o que beneficiaria os candidatos apoiados por Serra: o tucano Geraldo Alckmin e o democrata Gilberto Kassab. “Me ofende muito quando dizem que vou tirar voto da Marta e, manipulada pelo Serra, estou na campanha só por isso”, ela disse. “Voto não tem dono. Fico puta da vida quando me atribuem uma intenção que não tenho.”
A irritação virou exasperação com outras notas insinuando que teria um romance com Serra. Ela soube que o rumor corria solto quando percebeu, no gabinete na Câmara, que seus assessores ficavam constrangidos em lhe contar o que ouviam nos meios políticos e jornalísticos. “Eu perguntei a um deles: ‘Você quer me dizer que estão comentando que sou a namoradinha do Serra? Quá, quá, quá!'”, contou. Soninha negou a existência do romance e prosseguiu: “Esse zunzum é um fato que não tenho mais como ignorar, de tanto que a imprensa cutuca. Eu ganhei mais um item no sistema de busca da internet. O que me irrita é que, do ponto de vista político, isso é desqualificador. É desqualificador dizer: ‘Ah, claro que ela tem bom trânsito, é queridinha.’ Porra, meu, vá se foder, meu! Eu trabalho de verdade!”
Serra e Soninha se conheceram no Carnaval de 2005, primeiro ano do mandato de ambos, quando se encontraram no camarote da Prefeitura. “O Serra era um cara por quem eu tinha rejeição absoluta”, disse. “Achava ele ardiloso, truculento, arrogante. Mas depois que o conheci, o cara que eu detestava virou o cara que admiro e gosto muito.” No final do desfile, ela disse ao prefeito que gostaria de conversar, com calma, num café da manhã. “Como ele achou ótimo, fui ficando mais folgada, mais atrevida”, contou. Falou a ele que tinha o sonho antigo de, numa noite de sexta-feira, levar o prefeito de carro à Brasilândia, a periferia pobre na zona norte que ela freqüenta e onde tem amigos. Serra aceitou o convite e a vereadora frisou: “Não é um passeio com imprensa, comitiva, assessoria. É para andar e ver as coisas sem filtro.”
Dias depois, o prefeito lhe telefonou. Explicou que sofria de insônia e tinha dificuldade em levantar cedo, e sugeriu trocarem o café da manhã por um jantar. Jantaram num restaurante em Pinheiros, durante o qual ela defendeu uma mudança no sistema de pagamento de dívidas da Prefeitura com grupos de teatro. “No dia seguinte me ligou o secretário de Finanças da Prefeitura”, ela contou, “e disse que eu tinha toda razão.” O secretário baixou uma portaria modificando a mecânica do pagamento aos grupos teatrais.
Uma semana depois, Serra buscou-a em casa, às dez e meia da noite de uma sexta-feira, para um passeio pela Brasilândia que foi até a meia-noite. “Eu mostrei para ele todo o vai-e-vem das ruas no meio da favela, porque aquilo fervilha de gente saindo dos bequinhos”, contou a candidata. “Eu queria que ele visse aquela vida. A gente andou, andou, andou, andou, andou e andou. Para ele era cedo, mas para mim era tarde. Voltei para casa e fui dormir.”
Palmeirenses roxos, Soninha e Serra já foram juntos a vários jogos, com familiares e assessores de ambos. Algumas vezes, a confraria palmeirense, como ela chama, emenda para um jantar. Depois que ele virou governador, os encontros escassearam. “Às vezes, ele liga para contar que me viu em algum lugar e que eu estava muito bem, ou que me viu e eu estava muito mal, ou que alguém comentou que me viu e ele ficou super feliz e ligou para contar.”
Soninha definiu José Serra: “Ele gosta de mim, gosta das minhas filhas, somos amigos. O Serra é um cara sensato, imbuído de um ‘puta’ espírito de justiça e correção. Se ele descobrir que tem alguma coisa errada, e estiver ao alcance dele mudar, ele fará isso. Ele é muito expedito, é muito pá-pá. Ele tem essa impaciência positiva, uma rispidez da Mooca que às vezes é muito desagradável, até para os amigos.”
No começo da noite, ela foi a um debate na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Poderia ter ido na bicicleta desmontável que guarda no gabinete, mas preferiu andar um pouco. O tema do encontro eram os problemas do centro da cidade. Ela falou dos milhares de imóveis desocupados na região e da necessidade de repovoá-la. “Há um movimento centrífugo, do centro para fora”, discursou. “Queremos um movimento centrípeto, para reconfigurar a cidade, que desse modo está insustentável”, disse.
Dizer palavrões é uma das marcas de Soninha, mas ela calibra o seu uso. No dia seguinte ao debate, durante o qual falou vários deles, ela participou de um abraço ecológico ao Parque Trianon, na avenida Paulista, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp. Soninha conheceu o presidente da entidade, Paulo Skaf, circulou à vontade entre os empresários e conversou com vários deles.
Depois da manifestação, Skaf ligou do restaurante Spot, um ponto de encontro de executivos nas imediações, convidando-a para almoçar com amigos. Como havia espera, ficaram todos no bar. Atrasada para um compromisso, Soninha anunciou de supetão que ia embora. Num átimo, Paulo Skaf agarrou o braço esquerdo dela com as duas mãos. Com uma, segurou-lhe o pulso, e com a outra tirou-lhe o relógio.
“É à prova d’água?”, perguntou o empresário, sorridente. Sem nem ouvir a resposta da desconcertada Soninha, Skaf chamou um barman e pediu que enfiasse o relógio em um balde de gelo. Foi uma maneira peculiar de insistir para que ela ficasse para o almoço. Soninha agradeceu com sorrisos lisonjeados, mas foi logo para o segundo compromisso daquele dia — sem almoço, com relógio e sem ter falado um único palavrão com os empresários.