No 6º andar do prédio modernista de janelas contínuas ficava a redação, que chegou a abrigar 300 jornalistas. A estrutura de grandes vãos e forma horizontal tornou-se um marco FOTO: ROGÉRIO REIS
Tigre de papel
Rogério Reis | Edição 48, Setembro 2010
Avenida Brasil, nº 500, Rio de Janeiro. O colosso de nove andares, inaugurado em 1973, era de uma solidez ímpar. Vistoso, arejado, contemporâneo. Abrigava rotativas de primeira linha e uma redação com alguns dos grandes talentos da praça. Parecia estar à altura do Jornal do Brasil. Fundado na contramão, por monarquistas que queriam combater a recém-proclamada república, o jornal acertou o passo nos anos 50. Reformou-se, atualizou-se, ousou. Mais acertou do que errou. A nova sede parecia lhe assegurar um futuro a perder de vista.
Passados trinta anos da solene inauguração, o Jornal do Brasil estava endividado e sucateado. Perdera o prédio na avenida Brasil, o brio jornalístico e a independência. Moribundo, andou de mão em mão. A última delas determinou que a sua derradeira edição em papel fosse publicada na terça-feira, 31 de agosto de 2010.
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