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    De golpe em golpe: Ernesto Geisel (de óculos) recebe em Brasília, em 1974, os presidentes Hugo Banzer, da Bolívia, Juan Maria Bordaberry, do Uruguai, e Augusto Pinochet, do Chile CRÉDITO: AGÊNCIA O GLOBO

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Uma solução rápida e satisfatória

Como os militares brasileiros ajudaram seus colegas bolivianos no golpe de 1971

Walter Sotomayor | Edição 197, Fevereiro 2023

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Em março de 1971, Cláudio Garcia de Souza, recém-nomeado embaixador na Bolívia, chegou a La Paz com um importante desafio: estabelecer relações com o governo de esquerda, visto pelo regime militar brasileiro como uma ameaça à segurança do Brasil. No dia 18 daquele mês, Garcia de Souza entregou suas credenciais na chancelaria boliviana, em um encontro com o novo ministro de Assuntos Exteriores, Huáscar Taborga – e não com o general Emilio Molina Pizarro, como previsto. Na véspera, em decorrência de uma tentativa de golpe contra o presidente, o general Juan José Torres, ocorrera a mudança de gabinete, e Taborga passara a ocupar o lugar de Pizarro, enquanto o governo se inclinava ainda mais para a esquerda.

O embaixador brasileiro disse a Taborga que, de acordo com as instruções recebidas no Brasil, procuraria “explorar todas as possibilidades de aumento do intercâmbio econômico, comercial e cultural”,[1] mas o chanceler boliviano, previsivelmente, se absteve de uma resposta. Preferiu lembrar, saudoso, de uma viagem que fizera na juventude ao Brasil. No dia seguinte, Garcia de Souza usou os canais diplomáticos para enviar a Brasília um balanço da nova composição do gabinete de Torres, destacando a sua debilidade em razão da dispersão e heterogeneidade dos diversos grupos de esquerda que o apoiavam.

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