A cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil. Em meio à epidemia de homicídios, com 65,6 mil mortes por ano, os assassinatos de mulheres também crescem: em 2017, 5 mil mulheres foram mortas no país, maior número registrado desde 2007. As mortes de homens estão mais associadas à violência e atingem especialmente negros e jovens. Sobre as mortes de mulheres, é possível tipificar pelo menos um quinto desses homicídios como feminicídios – assassinatos de mulheres somente por conta do gênero.
Em 2007, foram registrados 10 homicídios de mulheres por dia. Em 2017, o número de casos subiu para 13,5.
A taxa de feminicídio por 100 mil mulheres no Brasil (0,97) é mais que o dobro que a do Reino Unido (0,42).
A maior taxa de homicídios de mulheres por 100 mil habitantes no Brasil está em Roraima, com 10,6. A menor está em São Paulo, com 2,2. Assim, a chance de uma mulher ser morta é cinco vezes maior em Roraima que em São Paulo.
O Rio Grande do Sul teve a maior taxa de lesões corporais dolosas contra mulheres em 2017: 398 por 100 mil habitantes. Isso é quase o dobro da taxa registrada no estado de São Paulo no mesmo período (221).
Dos casos de feminicídio registrados no Rio de Janeiro em 2018, 69% foram contra mulheres negras ou pardas; e 30% contra mulheres brancas.
Em 2017, de cada 109 ocorrências de crimes associados à violência contra a mulher no Rio e Janeiro, uma resultou em prisão. Em 2018, houve uma prisão a cada 185 ocorrências.
O número de medidas protetivas concedidas pela Justiça para prevenir agressões a mulheres cresceu 22% entre 2016 e 2017 – a taxa por 100 mil habitantes mulheres protegidas passou de 185 para 224.
Fontes: Atlas da Violência; Anuário Brasileiro de Segurança Pública; Dossiê Mulher; Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ); Femicide Census; Monitor da Violência.
Repórter e editora-assistente de redes sociais da piauí
Carol Cavaleiro é infografista.