Na pandemia, desligamentos por morte entre motoristas de ônibus e de caminhão cresceram no mesmo ritmo que entre técnicos e auxiliares de enfermagem
Longe da linha de frente de combate à Covid mas sempre perto das estradas, motoristas de ônibus e de caminhão viram o número de desligamentos por morte aumentar durante a pandemia. Mesmo quando a ordem era ficar em casa, esses trabalhadores não pararam de levar passageiros e mercadorias aos seus destinos. Profissionais da enfermagem também não puderam parar – segundo dados do Caged, os motoristas, mesmo longe dos hospitais, foram tão desligados por morte como os técnicos.
Desde abril do ano passado, a média mensal de desligamentos por morte de motoristas de ônibus e caminhão aumentou 80%, em comparação com o período pré-pandêmico; foi o mesmo crescimento verificado entre técnicos e auxiliares de enfermagem. Para cada 10 motoristas e técnicos de enfermagem que morriam antes do coronavírus, agora são 18. Segundo dados de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os motoristas de ônibus urbano e rodoviário têm 71% de risco de contrair o coronavírus, enquanto os auxiliares de enfermagem têm 87%. O Caged não informa a causa da morte das vítimas.
Fonte: Caged (Ministério da Economia), compilado pelo Pindograma
Jornalista e autora de Memórias Interrompidas: testemunhos do sertão que virou mar. Foi estagiária de jornalismo na piauí e também já contribuiu com Universa Uol, G1 Ceará e Diário do Nordeste.
É editor-chefe do Pindograma, site de jornalismo de dados, e estudante de História na Universidade de Stanford.
É designer e diretora do estúdio BuonoDisegno
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